A propósito: A obsessão por bizarrice é tara
- A Voz Regional
- 15 de mai. de 2017
- 4 min de leitura
Antes de interpretações equivocadas, por má fé ou ignorância, antecipo-me a explicar que tarados são vários, não se limitando aos sexuais. Simples. Todo prazer (ou seria sofrimento?) fixados em bizarrices, esquisitices, no irracional, é tara. E nestes sertões são muitos os tarados pela bizarrice das lombadas.
Esses “postes” derrubados transversalmente nas ruas, aparentemente, são amados, existem em todos os bairros, de todas as cidades pequenas e médias da região. Lombadas surgem por geração espontânea. Um belo dia, alguém acorda com a ideia de gerico de ter uma inutilidade (e transtorno para milhares) em frente de casa para chamar de seu. Pronto. Encontra um punhado de vereador disposto a levar a geriquice adiante e um prefeito para patrocinar bobagem sem tamanho, já que o dinheiro do povo sempre pode ter destinação mais útil. E é bom lembrar que essa entidade dita povo carece de tanta coisa, constitucionalmente determinada e não cumprida por prefeitos ocupados com lombada e bobagens outras.
A julgar por tamanha quantidade de lombadas em Monte e Tanabi, as autoescolas deveriam ter seus registros cassados, pois não formam motoristas, mas gente insana e desequilibrada. Será possível que cerca de 15 mil moradores com carteira de motoristas em cada uma dessas cidades são tão irresponsáveis a ponto das lombadas se justificarem? Será que sem elas passaríamos horas e horas, diariamente, a recolher pedaços de corpos estraçalhados em atropelamento e acidentes?
Claro que não. Nos últimos 100 anos, não deve ter havido 10 atropelamentos, somados os fatais e não fatais, em Monte Aprazível e marca próxima deve ter Tanabi. Batidas, daquelas que só amassam latas, é um acontecimento de juntar meio mundo e ser justificativa para atraso no trabalho de tão incomum que é.
A ocorrência de atropelamentos e acidentes, estatística e absurdamente fora de padrões aceitáveis de segurança, é justificativa, depois de esgotadas as soluções possíveis, para se instalar lombada. O Conselho Nacional de Trânsito entende a instalação de lombada como medida de exceção, jamais como norma de segurança. A probabilidade de uma lombada causar acidente é alta, de evitá-lo, baixíssima. CONTRAN e qualquer sistema de trânsito entendem que as ruas devem facilitar o escoamento de veículo e não reprimi-lo. No livrinho de aprendiz de motoristas tem quase uma dezena de artigos falando disso. Se é ponto pacífico que punição e restrição não educam, só a educação nos salva no trânsito.
Monte Aprazível consegue agravar essa mania inconsequente e perdulária a um nível estúpido. Um gestor fincou um semáfora na Rua Amador de Paula, esquina com São João. O gestor que o sucedeu, construiu vistosa lombada 30 metros abaixo. Um primor.
Esse agravamento se dá porque na cidade não existe o departamento de trânsito. Aliás, existe no papel, não na prática, pois a cidade não está integrada ao CONTRAN e assim não tem competência técnica sequer para pendurar num poste placa indicativa de direção. Não há funcionários capacitados para cuidar do trânsito.
A atual administração, pelo menos, teve o bom senso de nomear para o cargo de diretor um delegado de polícia especializado em trânsito. Porém, para CONTRAN, ele é um Zé Niguém. Para ser um diretor de trânsito de fato, o município precisa estar integrado ao sistema nacional e firmar convênio com o órgão estadual. Com o departamento oficializado, o município pode nomear, depois de preparo técnico, agentes de trânsito, inclusive, com poderes de fiscalização,e autuação de infratores e apreensão de veículos.
A vantagem disso chama-se receita, além do ordenamento do trânsito. As multas efetuadas no município pela Polícia Militar e pelos agentes do município ficam no cofre municipal.
Os agentes técnicos municipais farão um estudo das lombadas existentes, colocam 90% delas nas caçambas de entulho, de imediato, e as 10% que restarem, se tanta, serão substituídas por radar.
Que beleza! Uma cidade sem lombadas. E com os vereadores, desocupados delas, terão tempo para propostas de mais relevância.
Réu mais uma vez
Dentre várias condenações por improbidade administrativa, o ex-prefeito de Monte Aprazível, Mauro Pascoalão, incluiu mais uma à sua vasta coleção. Ele foi condenado por improbidade administrativa por compra irregular de material de construção. Ele foi condenado ao ressarcimento do prejuízo causado ao município, calculado pelo Ministério Público, em R$ 6.339,98, e multa no mesmo valor.
Erramos
Na coluna da semana passada, divulgamos que o Clube dos 22, organizador da festa de peão de Monte Aprazível, é réu em processo movido pelo Ministério da Cultura em ação no Fórum da Comarca. O local correto da ação é o Fórum Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. O MinC quer a devolução de verba de R$ 250 mil, corrigidos, por falta de regularidade na prestação de contas.
Segura, peão
O Clube dos 22 desistiu de realizar a sua tradicional festa de peão, em agosto. Não será o único a desistir. Mesmo com a ajuda das prefeituras, caso de Monte Aprazível, quem se meter a realizar festas, corre sério risco de cair do cavalo. E do touro.
Santa Casa
O município de Poloni, ao contrário do que foi divulgado, estava em dia com o pagamento dos serviços da Santa Casa, referente ao mês de março. Os serviços de abril foram acertados no último dia 10. No dia 11, a prefeitura de União Paulista quitou seu débito com a entidade. Monte Aprazível acertou sua pendência no dia 9.
João Roberto Camargo, provedor do hospital, apela para a sensibilidade dos prefeitos para os pagamentos em dia. Ele argumenta que as receitas do hospital são limitadas, não havendo qualquer folga frente às despesas.
Acertando ponteiros
O prefeito Nelson Montoro reuniu seus assessores para discutirem a administração em geral e cada uma das pastas em particular, As reuniões deverão ser rotineiras.
Infeliz 17
Em abril, os comentaristas econômicos chapas brancas ouvidos pelos jornais da Globo e dos grandes impressos anunciaram a recuperação econômico, mediantes pífios números positivos de março da indústria. Passaram por cima do comportamento histórico de março na indústria que repõe estoques neste mês. Os números cruentos vieram com os índices do comércio de abril. O recuo nas vendas de varejos se deram em todos setores, na média, de 5%, para um mês com Páscoa. Isso significa que 2017 já acabou, tristemente.
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