A Propósito: Monte Aprazível não cabe mais no velho estádio
- A Voz Regional
- 3 de abr. de 2017
- 2 min de leitura
Reportagem de A Voz Regional, na edição passada, acerca do estádio municipal Melchíades Pereira de Mattos, abriu intensa polêmica. O jornal ouviu opiniões de vereadores e empresários, sindicalista, arquiteta sobre o que fazer com o equipamento, visivelmente, condenado, em área nobilíssima da cidade.
O jornal não externou opinião nem defendeu interesses. A Voz Regional, com a respeitabilidade de 32 anos de independência editorial, honestidade intelectual e sem jamais praticar jornalismo delinquente, sempre expressou suas opiniões e nunca teve vergonha delas, justamente, por não praticar jornalismo delinquente, que, traduzindo: é ter opiniões de conveniência, ou opiniões hipócritas e remuneradas.
Não existe jornal sem ideias e posições políticas. Se existir, tomou emprestadas ideias alheias que o remunere.
Vamos à nossa, pois. Primeiramente, Fora, Temer, para em seguida manifestar apoio a supressão do estádio de onde está e corroborar a sugestão do vereador Gilberto dos Santos e do promotor de eventos Tuta Galouro Cortopassi, integralmente.
No local do estádio, que se prolongue a Avenida Santos Dumont e no espaço que restar a construção da “Cidade Administrativa”, que abrigue todos as repartições municipais e um pronto socorro 24 horas. Obra a ser levantada com o patrimônio imobiliário do município, os prédio desocupados e ociosos e os ocupados, que rendem hervanário suficiente, com sobras.
Não tem qualquer sentido ocupar mais de 1 hectare de área para Maia Junior realizar uma festinha anual de amigos (maravilhosa iniciativa, mas que pode ser realizada em qualquer lugar) ou para o empresário Marlon Gonçalves desenvolver suas atividades de caça talento futebolístico.
O futebol brasileiro mudou, se capitalizou, não há mais espaço para Gema. Futebol profissional, fora das capitais do sul e de algumas do nordeste, é delírio. E futebol amador se joga no campo do Mata o Véio. O resto é saudosismo senil.
Monte Aprazível precisa, sim, de espaço para o atletismo, ciclismo, handebol, basquete, vôlei, modalidades que oferecem muito mais chances de profissionalização que o futebol. Uma vila olímpica campestre extensão da escola.
É perfeitamente compreensível os sonhos de pais, mas seus filhos não serão Messis e Neymares. As chances são de 1 em 50 milhões de crianças. Já as chances de transformá-los em bóias-frias das segundas e terceiras divisões estaduais e nacionais, com empregos por temporadas, beiram os 99%. Já em outros esportes, a profissionalização decente é bem alta. Os resultados profissionais e sociais das prefeituras que focam suas políticas esportivas no atletismo são fantásticos.
É só tentar, desde que haja seriedade e integração entre os departamentos de educação, cultura, esporte e saúde. Não se trata, na verdade, de tentar, mas de ousar, como a ousadia de botar abaixo um trambolho e por no lugar a administração centralizada, de que tanto a municipalidade precisa.
Se faltar ousadia, pode-se fazer qualquer coisa como o estádio. Desde que jamais permaneça onde e como está, ou, com a venda, colocada a área nas mãos da rapinagem imobiliária.
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