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A Propósito: Norair inaugura novo modelo de transição de governo: o checklist

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 22 de nov. de 2016
  • 5 min de leitura

Norair da Silveira (PSB), o prefeito eleito em Tanabi, inovou na forma de transição de governo. A transição do prefeito que sai para o prefeito que entra é uma iniciativa recente e serve para colocar o eleito em contato mais próximo da situação administrativa e financeira do município, processo que é comumente confundido como devassa nas contas. Não se trata disso, mas incomoda o fato do eleito, com sua equipe circulando por salas e solicitando documentos e informações.

Para evitar especulações e constrangimentos, Norair adotou um novo modelo. Requisitou da prefeita Bel Repizo (PMDB)  uma série de informações a ser remetidas por escrito. “Requisitamos só as informações que julgamos úteis e necessárias para os primeiro dias de governo  e que não estão disponíveis nos portais da prefeitura e sites de transparência”, explicou Norair.

O prefeito eleito, em reconhecimento, está sendo o mais gentil possível com a prefeita que foi bastante gentil com ele. Bel deu apoio pessoal  ao adversário José Francisco PC do B), mas deixou a máquina municipal distante da campanha e a iniciativa de abrir a prefeitura para o vencedor foi iniciativa dela. É isso, gentileza, gera gentileza. E de quebra, Norair parabenizou Bel que deve fechar o caixa com as contas, senão zeradas, com déficit inexpressivo.

Calma lá

A semana, em Tanabi, foi marcada por boatos de que os cargos de secretários da saúde, educação e esportes no futuro governo de Norair da Silveira (PSB) já estavam acertados e vários nomes, para cada um deles, percorreram as esquinas da cidade. Não tem nome algum oficializado por Norair que se manifestará sobre os cargos no início da semana. Dos três cargos, dois, saúde e educação, são da cota do vice, Fábio Ceron (PSDB), que terá ainda um terceiro, segundo Norair, a escolher, desde que não seja de sua cota pessoal: assistência social, esporte, jurídico e outros de importância capital para o gabinete.

Meritocracia 1

Não basta os chefões aliados (do PSDB, DEM, PMDB) indicar nomes de sua preferência para os cargos. Segundo Norair, junto com a indicação terá de vir o currículo que indique competência para a função pleiteada. Quem não apresentar resultados não permanecerão.

Meritocracia 2

Se a discussão passar, de fato, pela meritocracia, Norair terá desafio salomônico (sem trocadilho) na educação. Nicinha Salomão tem todos os requisitos para exercer o cargo, no mesmo patamar de Edna Cristal e Leila Bechara, outras cogitadas. No caso de Nicinha, ligada ao DEM, a meritocracia pode ser subjugada pela política.  Como o cargo é do vice, conforme a coluna apurou, a depender de Fábio, o DEM estaria vetado para todos os cargos na administração.

Interdito extensivo

O veto de Fabio ao DEM valeria também para o cargo de presidente da Câmara, pretendido pelo vereador democrata reeleito Marcos Paulo Mazza. A bronca de Fábio é com o ex-vereador João Mazza (DEM), pai de Marcos Paulo e principal articulador do movimento na oposição que detonou a candidatura de Fábio como cabeça de chapa.

Bombeiro

Concorre com Marcos Paulo, o executivo da JB Bechara, Rodrigo Frange Bautista. Norair vai precisar apagar esse incêndio na sua base no Legislativo caso ela não se entenda e acabe por lançar dois candidatos. Um ou outro vai precisar se compor com a oposição e fazer concessões a ela. Se não houver mesmo viabilidade de uma chapa oposicionista, o que de fato não deve ocorrer, o vereador reeleito e presidente do PP, Fabrício  Missena, adiantou que vota em Marcos Paulo, posição que deve ser acompanhada pelo seu colega de partido, Tenente Canela. Os outros votos, de Gilbertinho (PSD) e Dorival Rossi (PSD) defendem a união oposicionista. O quinto voto oposicionista é de Rose de Paula (PSOL), uma eleitora que tem como marca a imprevisibilidade e autonomia.

Outsider 

Rodrigo Bechara pode vir a ter o apoio de Fábio, que tem influência direta em dois vereadores, e identificação eleitoral com os movimentos católicos. Vai depender de muito jogo de cintura. Ele não conta com estrutura partidária, é independente, não tem ligação profunda com o prefeito eleito. Isso pode ser bom ou ruim. Ele ainda não conversou com a oposição e, dado o seu perfil político, tem condições de oferecer mais concessões à oposição que Marcos Paulo. Taí sua vantagem.

Na contramão

 O vereador Gilberto dos Santos (PDT) propôs a redução do mandato da mesa diretora da Câmara de Monte Aprazível de dois para um ano. Assim, na legislatura haveriam quatro presidente. Só parece democrático. Na verdade, é um risco para ela, o que foi entendido muito bem pelos vereadores de Tanabi que ampliaram o mandato de 1 para dois anos a partir de 2017.

Com o modelo de um ano, a eleição passa a ser um jogo de cartas marcadas, sobressai-se o acórdão político antecipado em detrimento da capacidade do pretendente e da arte da negociação política. Dificilmente, uma legislatura tem quatro vereadores com perfil de presidente. E, mais grave, o presidente, por falta de tempo, fica refém dos funcionários da Casa, profundos conhecedores das leis orgânicas das três esferas, do regimento, de lei municipais, dos ritos, da burocracia e das malícias, manhas e mumunhas legislativas.  É um retrocesso!

Me engana…

A soldo de sabe-se lá de quem, analistas políticos de todos os matizes, especialmente os globais, mentem descaradamente. Ignorando os números das urnas nas eleições municipais estabeleceram como verdade a mentira do abstencionismo eleitoral. Para esses vendilhões, o eleitor não foi às urnas de maneira massiva. Porém, segundo o TSE, mais eleitores votaram nas municipais de 2016 em maior número que nas presidenciais de 2014 e em relação a municipal de 2012, o aumento da abstenção foi só de 0,5%, sendo que o universo de eleitores cresceu cerca de 7%. Descontando-se os mortos inscritos e o eleitor fora de seu domicílio ( em tempo de desemprego muito mais gente muda de cidade) mais gente votou agora.

Houve, sim, aumento dos brancos e nulos, de míseros 2%, de 8,3% para 10,3% para prefeito e para vereador foi de 2,5% o aumento. Em 1994, 50% dos eleitores anularam ou votaram em branco para deputados.

Me engana… 2

Essa farsa tem objetivo claro: o fim da obrigatoriedade do voto. O discurso que justifica a instituição do voto facultativo é o da qualidade do voto, do voto com consciência. Mentira. O voto voluntário ajuda muito a campanha do político. Ele não vai mais precisar de argumentos para convencer o eleitor de que a sua proposta é a melhor, porque para isso precisa se comunicar com o universo de eleitor. Bastará que cabos eleitorais convençam o eleitor a ir votar e sairá muito mais barato pagar diretamente ao eleitor para que vá à urna.

O voto obrigatório foi instituído no Brasil em 1932, foi um avanço tremendo para as eleições em que a corrupção e a fraude eram normas. O voto facultativo será um retrocesso, será a restauração da corrupção eleitoral ao nível da República Velha.

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