A Propósito: O pior dos mundos, mas um bom momento
- A Voz Regional
- 16 de jan. de 2017
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Não há qualquer indicação de que 2017 será melhor que o ano passado. O governo capenga de Michel Temer continua ocupado apenas com a tarefa para a qual foi colocado no Palácio do Planalto: gerar superávit para pagar os rentistas do mercado financeiro. Não importam a paralisia do pais, a perda salarial dos trabalhadores, a falência e degradação dos pequenos negócios, desde que a parte dos financistas esteja preservada.
O Brasil vai continuar paralisado em 2017, só andarão para frente o ódio, a violência, o rancor, a intolerância, o racismo. Por isso, o povo sofrerá mais um vale de lágrimas e por conta da paralisia, os prefeitos, fresquinhos no poder, terão tratamento de pão é água.
Pela cultura que vivenciamos dos últimos mandatos, de forma generalizada e nacional, é difícil esperar por gestões profícuas para o contribuinte. Seria bom, se fosse diferente, se, de fato, as crises trágicas e dolorosas servissem como oportunidades de mudança, indicativas de superação.
Neste 2017, as gestões se iniciam imersas na, se não a maior, muito próxima disso, crise econômica, política, social e ética já vivida pelo país. Neste cenário, o prefeito que perceber o momento, sendo, de fato, honesto nos propósitos, não será apenas um bom prefeito a ser lembrado. Será visto como líder por décadas. O prefeito que tiver a sabedoria de aplicar bem o curto dinheiro dos cidadãos, não desviá-lo em benefício próprio, em sinecura, no supérfluo, e concentrá-lo no essencial e no que de fato importa, será ímpar.
Ao contrário do senso comum, um mandato de apenas quatro anos é bastante longo e, na circunstância atual, é muito mais longo. Afinal, são os quatro primeiros anos de escola de uma criança que deles dependerá por toda a vida. Quatro anos é tempo longo demais para que um velho os suportem sem dignidade. Quatro anos parecem nada, mas podem ser vidas inteiras jogadas fora.
Aforismo
O poder não é bibelô, ele é instrumento funcional. O detentor dele que o usa como elemento decorativo está frito.
Sapiência política
O prefeito José Lourenço (PSD), de Nipoã, em uma semana, demonstrou por que venceu fácil a eleição. Na primeira semana no exercício do poder ele se revela um animal político, atacando diretamente as nevralgias que mais afligem a população, criou fatos impactantes e tem usado a imprensa e as redes sociais com extrema inteligência
Asfixia
O Democrata de Tanabi sofre um processo de erosão de sua militância. São várias as baixas, dentre elas a do secretário de Comunicação do governo do prefeito Norair da Silveira (PSB), Hilton Cristiano, e do ex-vereador Carijó, filiado desde os tempos em que o partido atendia pelo nome de PFL. Nada indica que as deserções sejam voluntárias. Coincidentemente, o DEM está em alta na política tanabiense: o vereador Marcos Paulo Mazza, a principal liderança do partido, foi eleito presidente da Câmara.
2024?
Primeiras damas costumam ter função decorativa nos governos de seus maridos. Às vezes, dão pitacos, geralmente, desastres, politicamente, ou bobagens administrativas. Em Tanabi, deverá ser diferente. Sandra Esteves foi levada pelo marido Norair para dentro do gabinete e acompanha todas as ações do prefeito dentro e fora dele. Discretíssima e simpática, ela pode se tornar uma liderança política de primeira linha.
Divisão
Os nove vereadores eleitos em Nipoã concorreram na coligação do prefeito eleito José Lourenço, mas hoje estão divididos. Cinco vereadores estão fechados com o grupo do prefeito. O vereador Marcos Teixeira se colocou frontalmente contra o prefeito e segui-lo é uma questão juízo.
Às falas
O prefeito Nelson Montoro (PSD) atendeu, sem questionar, o pedido da Provedoria da Santa Casa de elevação da subvenção mensal de R$ 245 mil para R$ 345 mil. Sem esse valor, dificilmente, o hospital manteria as portas abertas, dado seu estado de indigência financeira. A atual diretoria da instituição, tendo os empresários João Roberto Camargo e Jorge Mendes à frente, conta com eficiência de gestão e integridade moral de sobra para emprestar a Santa Casa a confiabilidade que tanto necessita. Mas, a sociedade espera dos membros da diretoria algo mais: que responsabilizem aqueles que a jogaram no abismo financeiro em que se encontra. A responsabilidade, ao que tudo indica, deve ser partilhada entre o ex-provedor, Sérgio Rossetti, e o ex-prefeito Mauro Pascoalão (PSB).
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