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A Propósito: Quando a República foi rebaixada a quadrilha

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 18 de abr. de 2017
  • 4 min de leitura

A República Brasileira nunca primou pelo Direito. A sua instituição, em 1889, foi uma farsa, quando foi apeado do poder um imperador de honestidade a toda prova. Pedro II foi apeado de seu império por um marechal decrépito a serviço da oligarquia rural e conservadora que tivera seus interesses contrariados com a abolição da escravatura, um ano antes.

A República segue servindo a esses mesmo interesses, até 1930, com eleições fraudadas e coação eleitoral, quando novos interesses emergem no cenário nacional, substituindo o conservadorismo das elites rurais de São Paulo e Minas, por visão mais liberal, embora também elitista. Getúlio Vargas toma o poder pela força, mas ninguém chorou a violação de uma República prostituída desde o nascimento. Getúlio daria outro golpe, desta vez em seu próprio governo para instalar uma ditadura feroz, que se alongou até 1945.

Apesar das instabilidades, a República viveu seus dias mais férteis até 1961, com a tentativa do impedimento de João Goulart, o vice de Jânio Quadros, assumir, mutilando seus poderes com a instituição do parlamentarismo, revogado meses depois.

Em 64, a República é mais uma vez violentada, de forma brutal, à botinadas e à baionetas militares, em 1 de abril de 1964. Em 2 de maio de 2016, aconteceu o golpe mais recente.

Agora, 11 de abril de 2017, ela é novamente posta de quatro, com a revelação de que todos “os homens de bem”, os mandachuvas que a compõem são organismos apodrecidos pela corrupção.

Não há como salvar as aparências. Nem mesmo com eleições gerais.

A lista do procurador geral é estarrecedora. O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira, com base nas delações de executivos da Odebrecht abriu inquérito contra as mais altas autoridades do pais. O presidente da República, citado em pelo menos duas delações, só escapou de virar réu em função da imunidade do cargo, já que o presidente da República não pode ser investigado e processado por crime cometido fora do exercício do mandato. Também citado foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que será investigado em juízo inferior por conta de recebimento de dinheiro ilegal para as suas campanhas de 1993 e 1997, quando foi eleito nas duas ocasiões.

Também citado, mas sem investigação no Supremo, tarefa que levará a cabo o Superior Tribunal, está o governador Geraldo Alckmin por, supostamente, ter usado o cunhado para receber R$ 10 milhões de caixa 2 em suas campanhas em 2010 e 2014.

Passaram a condição de réus nove ministros do governo Temer, 29 senadores e 42 deputados federais, entre eles os presidentes das duas Casas, Rodrigo Maia, da Câmara, e Eunício Oliveira, do Senado.

Quando se imaginava que os mal feitos do PT encerraria uma ciclo, a República Brasileira foi posta de quatro Ao todo são 108 nomes proeminentes investigados:


Ministros

Eliseu Padilha (PMDB), Casa Civil

Gilberto Kassab (PSD), Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

Moreira Franco (PMDB), Secretaria-Geral da Presidência da República

Roberto Freire (PPS), Cultura (não investigado por prescrição do crime)

Bruno Araújo (PSDB), Cidades

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Relações Exteriores

Marcos Pereira (PRB), Indústria, Comércio Exterior e Serviços

Blairo Maggi (PP), Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Helder Barbalho (PMDB), Integração Nacional

Senadores

Romero Jucá Filho (PMDB-RR)

Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Paulo Rocha (PT-PA)

Senador Humberto Sérgio Costa Lima (PT-PE)

Edison Lobão (PMDB-PA)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Jorge Viana (PT-AC)

Lidice da Mata (PSB-BA)

José Agripino Maia (DEM-RN)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Ciro Nogueira (PP-PI)

Dalírio José Beber (PSDB-SC)

Ivo Cassol

Lindbergh Farias (PT-RJ)

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

Kátia Regina de Abreu (PMDB-TO)

Fernando Afonso Collor de Mello (PTC-AL)

José Serra (PSDB-SP)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Omar Aziz (PSD-AM)

Valdir Raupp (PMDB-AP)

Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Eduardo Amorim (PSDB-SE)

Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Antônio Anastasia (PSDB-MG)

Deputados federais

Paulinho da Força (SD-SP)

Marco Maia (PT-RS)

Carlos Zarattini (PT-SP)

Rodrigo Maia (DEM-RM),

João Carlos Bacelar (PR-BA)

Milton Monti (PR-SP)

José Carlos Aleluia (DEM-BA)

Daniel Almeida (PCdoB-BA)

Mário Negromonte Jr. (PP-BA)

Nelson Pellegrino (PT-BA)

Jutahy Júnior (PSDB-BA)

Maria do Rosário (PT-RS)

Felipe Maia (DEM-RN)

Ônix Lorenzoni (DEM-RS)

Jarbas de Andrade Vasconcelos (PMDB-PE)

“Vicentinho” Paulo da Silva (PT-SP)

Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)

Yeda Crusius (PSDB-RS)

Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)

José Reinaldo (PSB-MA)

João Paulo Papa (PSDB-SP)

Vander Loubet (PT-MS)

Rodrigo Garcia (DEM-SP)

Cacá Leão (PP-BA)

Celso Russomano (PRB-SP)

Dimas Fabiano Toledo (PP-MG)

Pedro Paulo (PMDB-RJ)

Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA)

Paes Landim (PTB-PI)

Daniel Vilela (PMDB-GO)

Alfredo Nascimento (PR-AM)

Zeca Dirceu (PT-SP)

Betinho Gomes (PSDB-PE)

Zeca do PT (PT-MS)

Vicente Cândido (PT-SP)

Júlio Lopes (PP-RJ)

Fábio Faria (PSD-RN)

Heráclito Fortes (PSB-PI)

Beto Mansur (PRB-SP)

Antônio Brito (PSD-BA)

Décio Lima (PT-SC)

Arlindo Chinaglia (PT-SP)

Governadores

Renan Filho (Alagoas PMDB)

Robinson Faria (Rio Grande do Norte PSD)

Tião Viana (Acre PT)

TCU

Ministro Vital do Rêgo Filho

Prefeitos

Rosalba Ciarlini ( Mossoró PP), ex-governadora do Estado

Ex-políticos, figuras públicas e outros

Valdemar da Costa Neto (PR) — ex-deputado.

Luís Alberto Maguito Vilela, ex-senador .

Edvaldo Pereira de Brito, ex-candidato a senador pela Bahia em 2010

Oswaldo Borges da Costa, ex-presidente da Codemig (MG)

Cândido Vaccarezza (ex-deputado federal)

Guido Mantega (ex-ministro)

César Maia (DEM), vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro

Paulo Bernardo da Silva, ex-ministro

Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro

José Dirceu, ex-ministro

Ana Paula Lima (PT-SC), deputada estadual

Márcio Toledo, arrecadador das campanhas de Marta Suplicy

Napoleão Bernardes, ex-preeito de Blumenau/SC

João Carlos Gonçalves Ribeiro, ex-secretário de Planejamento de Rondônia

Ulisses César Martins de Sousa, ex-Procurador-Geral do Maranhão

Rodrigo de Holanda Menezes Jucá, filho de Romero Jucá

Paulo Vasconcelos, marqueteiro de Aécio Neves

Eron Bezerra, marido da senadora Grazziotin

Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu

Humberto Kasper

Marco Arildo Prates da Cunha

Vado da Farmácia, ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho

José Feliciano


A hipocrisia das panelas

Assim que a Lava Jato começou a destrinçar o mar de lama da política incrustado na República Brasileira, o brasileiro foi convocado (e atendeu) para ir às ruas e sacadas a bater panelas contra os corruptos. Agora se descobre que o convite estava sendo feito por corruptos do mesmo grau daqueles que eram para ser esculachados.

E o brasileiro foi às ruas, liderados por corruptos, a esganiçar contra a corrupção. Coisa de doido! Ou de ovelhas protegidas por lobos.

Voltar às ruas, voltar às panelas agora não faz qualquer sentido. Como não fazia na época. É o que constata o brasileiro, ciente de ter pago um grande mico, ou melhor o pato. O pato amarelo e vistoso da FIESP.

Abaixo, cenas daqueles tempos bem recentes, quando os corruptos convenceram os brasileiros a acreditar que, com eles, o Brasil teria jeito.

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