A propósito: Ser médico ajuda pouco Nelson Montoro na saúde que precisa ter estrutura reformada
- A Voz Regional
- 31 de out. de 2016
- 3 min de leitura
Calcanhar de Aquiles
Não é de hoje que a saúde é o principal problema da população em qualquer lugar do Brasil, de qualquer tamanho. Para os prefeitos que assumem em janeiro, ele só estará um pouco maior e para 2018, enorme, quando a PEC 241 que impões freio nos gastos federais estará valendo também para a saúde e educação.Temos o mais idealista e humanitário dos sistemas de saúde pública do mundo e, justamente por isso, padece boicote de todos os lados, de médicos inclusive e principalmente, de quadrilhas especializada, de clínicas e hospitais a farmacêuticos que roubam da Farmácia Popular. Há uma intenção deliberada para que o SUS não funcione, em cima do raciocínio de que o setor privado ganha dinheiro é com a doença, não com a saúde.
Dor de cabeça
O prefeito eleito em Monte Aprazível, Nelson Montoro (PSD) assume com esse desafio, de oferecer saúde em um ambiente em que o usual é perenizar a doença. Monte Aprazível tem meios para tanto que são de ordem financeira, material e estrutural. Tem faltado vontade. Das finanças, temos para investir, em quatro anos, algo da ordem de R$ 25 milhões, grana que não é pouca. Da materialidade e estrutura temos os PSFs e a Santa Casa.
Porém, passados mais de dez anos da instalação, os ditos postinho não cumpriram o papel de promover saúde, apenas têm mantido controladas as doenças daqueles que sobreviveram até aqui.
Da Santa Casa, seria leviano, sem conhecê-la por dentro, emitir juízo definitivo, mas é patente, não ir ela bem das finanças, ter atendimento questionado por usuários, a quase se resumir a um grande pronto socorro cada ano mais distante de um hospital.
Acertar o passo da prefeitura, dos PSFs e da Santa Casa com as urgências do monte-aprazivelense é o grande desafio de Montoro.
Quem fica por trás
A Loja Maçônica Justiça e Caridade 51, o braço monte-aprazivelense de uma sociedade civil surgida na Europa no século XVI em defesa de ideias iluministas, por longo período administrou o hospital, deixando de fazê-lo em 2013, quando assumiu o prefeito Mauro Pascoalão (PSB). Hoje, existe no hospital um conselho administrativo, composto não necessariamente só por irmãos maçons, que nomeia o provedor. A priori, a fórmula não é ruim, mas falta aí o controle externo de entidade constituída na diversidade de seus membros, para evitar, no mínimo, o uso político do hospital por grupos e avaliar o desempenho dele na prestação dos serviços. É pertinente já que o hospital é, majoritariamente, custeado pela sociedade, através de dinheiro público. À prefeitura cabe tão somente cobrar pelos serviços que paga. E tem a obrigação de o fazer.
Fiel da balança
A chapa de vereadores da coligação do prefeito eleito em Tanabi, Norair da Silveira (PSB), elegeu a maioria de seis vereadores, pela oposição se elegeram cinco, sendo quatro da coligação de José Francisco (PC do B) e um da coligação de Valdir Uchoa (PSOL). É uma maioria precária, não só pelo número ralo. O eleito Rodrigo Bechara (PEN), pelo temperamento e nível de informação e intelectual, deverá, e seus eleitores exigirão dele, postura independente. Rodrigo é dos raríssimos vereadores, não só de Tanabi, que sabe identificar, nominalmente, a maioria de seus eleitores. Rodrigo foi o único candidato da região que promoveu uma campanha preconizada pela Igreja Católica em que a candidatura é discutida e disseminada por grupos de fiéis.
Canelada
Rodrigo Bechara pretende a presidência da Câmara, cargo que também deve buscar seu colega Marcos Paulo Mazza (DEM). A tarefa dos dois será conquistar a presidência sem quebrar a unidade do grupo situacionista, o que só será conseguido se um deles abrir mão, num gesto de humildade cristã de um ou desapego material do outro.
Canelada 2
A vereadora do PSOL, Rose de Paula, com seu voto, será assediada por um grupo ou outro. Por temperamento, ela é independente ao extremo. Ela já exerceu o cargo por quase meio mandato na última legislatura e demonstrou sua independência em posições em geral e, particularmente, na seletividade ao votar para a presidência da Câmara. Ou melhor, em não votar, já que era remetida á suplência nessas ocasiões. No caso presente, não será com discurso fácil que Bechara ou Mazza a convencerá.
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