top of page

A Propósito: Uma cidade para ser refeita

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 5 de dez. de 2016
  • 4 min de leitura

O prefeito eleito de Monte Aprazível, Nelson Montoro (PSD), terá muito trabalho pela frente. Na região, o município é o que apresenta os mais evidentes sinais de destruição física e financeira. Foi avassaladora a passagem do prefeito Mauro Pascoalão (PSB) na administração de Monte Aprazível, mal comparando, semelhante às invasões bárbaras contra Roma, por volta do século IV. Montoro terá uma cidade por reconstruir.

As ruas estão escalavradas, a incúria administrativa generalizada e Montoro será cobrado imediatamente, pois representa a esperança para 70% dos eleitores que reprovaram a administração do atual prefeito nas urnas.

O tamanho do buraco no cofre municipal não se sabe ainda de quanto será, além da certeza de que vai ser de diâmetro descomunal e na mesma profundidade. E a herança não será bendita. Mauro Pascoalão, que assumiu com a necessidade de estancar a sangria das ações trabalhistas, agiu com a mesma necedade de seu antecessor, deixará umas duzentas delas protocoladas no Fórum do Trabalho de Tanabi, para a alegria de advogados e seus paqueiros (pessoas que atuam como corretores de ações), estes, pelo conhecimento dos casos, talvez, estão dentro da prefeitura.

Nos Postos de Saúde já não tem médicos, os especialistas que atendem pela Santa Casa, pagos pelo município, foram dispensados. Pasmem, um município do tamanho de Monte, como todos, tem a responsabilidade do atendimento básico, não tem médico em seu quadro funcional. E já no primeiro dia do ano, é lógico, terá paciente para ser atendido.

No primeiro dia, também, terão crianças a ser atendidas nas creches e ninguém sabe da situação delas, se terão pão e leite ao menos. Garante o prefeito que terá. Mas Mauro é useiro na mentira. Chegou a dizer, publicamente, não ter sido procurado pelo eleito para a transição. Montoro solicitou o processo de transição, como comprova ofício nesse sentido no setor de protocolo da prefeitura.

A transição facilitaria bastante, não apenas o trabalho do novo prefeito, mas a vida do contribuinte. Mauro, por rancor, torna-se, censuravelmente, obtuso, como obtusa foi a sua gestão.

Ai, meus calos!

O prefeito eleito de Tanabi, Norair da Silveira (PSB) não está tão tranquilo com o processo de eleição para a nova mesa diretora da Câmara, como demonstrava logo após ser proclamado eleito. Não o preocupa a disputa em si entre vereadores de sua base e o resultado dela, mas o fato de o processo ter descoberto as tensões em sua base. A vitória eleitoral não foi a cola da união, mas o solvente que deixou em suspensão os mais variados interesses políticos e pessoais.

Base indócil

A votação expressiva de Norair não foi suficiente para demonstrar aos aliados de que ele tem votos. Os grupos que se uniram, o do PMDB, do DEM, e do vice Fábio Ceron (PSDB), estiveram com ele não por afinidade, mas pelo circunstancial interesse de derrotar o adversário comum, José Francisco de Mattos Neto (PC do B)) e, assim, cada grupo julga-se responsável pela vitória e com direito a um naco de poder. Terminada a eleição, o interesse comum, a derrota de José Francisco, perdeu o sentido para os grupos, aflorando outros propósitos. E isso será fonte de tensões por 4 anos de mandato, o que nem de longe era sonho de Norair. 

Remendo

Os candidatos da base à presidência da Câmara são Rodrigo Bechara (PEN) e Marcos Paulo Mazza (DEM). A divergência na base abre espaço a uma candidatura da oposição, com Dorival Rossi (PSD). É uma possibilidade vitoriosa bem difícil, mas não impossível, a depender do grau de ferocidade da disputa na base aliada. No frigir dos ovos, Norair vai precisar interferir em favor de Rodrigo ou Mazza e o que pode parecer conserto vai ser aumento na rachadura.

Bambolê

Norair já governou Tanabi em 2 mandatos. Este será, politicamente, o mais difícil e será também o canto do cisne. Ele vai poder mostrar todo o jogo de cintura político que tem. E já demonstrou que tem muito ao ganhar uma eleição que parecia perdida.

Esforço vão

Em Monte Aprazível, é a oposição que fez a maioria na Câmara, mas também está dividida, o que pode facilitar a vida da situação. Gilberto dos Santos (PDT) e João Célio (PSDB) pleiteiam o cargo pela oposição e Jean Vinicius pela situação.

Parte da oposição quer tirar do cargo de diretor legislativo José Roberto de Carvalho. A discussão é meio boba, já que José Roberto deve ir para o governo do prefeito eleito.

Ficha municipal

O vereador Fabrício Missena é autor da versão municipal da Lei da Ficha Suja. Por ela, ficam impedidos de ser nomeados secretários e ocupantes de cargos municipais em comissão que tenham condenação judicial. Graças a ela, Norair se livrou de 2 abacaxis que estiveram em sua campanha vitoriosa

Salvação da lavoura

O recurso recebido pelos municípios com a repatriação do dinheiro mantido por brasileiros no exterior veio em boa hora. A primeira parcela foi de pouco mais de R$ 600 mil para Monte e Tanabi e municípios menores receberam quase R$400 mil. Em dezembro vem mais uma parcela, de valores um pouco menores. Em Nipoã, o prefeito Luciano Scalon (PP) pode ganhar outro presente, de R$ 600 mil. Com a concretização do processo cartorial de transferência de uma fazenda do grupo Votorantin, vendida em 2012, o dinheiro entra no caixa da prefeitura, ainda este ano, se o prefeito der sorte.

Comments


A Voz Regional © 2020

bottom of page