E os usineiros vão continuar enganando os produtores de cana
- A Voz Regional
- 17 de nov. de 2016
- 3 min de leitura
As usinas e destilarias tiraram o pé da lama em 2016. Muitas delas, com o pescoço na falência, já começam a respirar por aparelho e muitas desviaram do poço. Isso graças aos preços dos produtos que manufaturam. Para desespero do consumidor, o preço do álcool na região, dos mais baratos, em plena safra, bateu quase nos R$ 3 e, em dezembro, com o final da safra, vai ficar bem para frente disso. O preço do açúcar está de amargar, a saca na usina passou dos R$ 100.
Esses tempos de bonança e dinheiro farto não chegarão, proporcionalmente, a quem planta a cana. Ele, o dinheiro, tem função certa nesta cadeia: alimentar a secular cultura dos usineiros nacionais de desviar os recursos da indústria para o patrimônio pessoal.
2 + 2 = 3
A curiosidade do monte-aprazívelense é saber em quantos milhões vão ficar de rombo no caixa da prefeitura que será herdado pelo prefeito eleito Nelson Montoro (PSD). Já se fala em R$ 7 milhões. E tudo leva a crer não ser cifra exagerada. O prefeito Mauro Pascoalão (PSB) e seu mentor financeiro, Valmir Salvione, tinham certeza da vitória e se fiaram na possibilidade de manobras fiscais em 2017.
Caldo galinha
Os fornecedores da prefeitura que ponham cuidados em seus recebíveis. Podem ficar a ver navios.
Sufoco contornável
O diretor financeiro de Tanabi, Benedito de Souza, vive às voltas com planilhas, tabelas e colunas de receitas e despesas para fechar as contas. A prefeita Bel Repizo (PMDB) agiu com muita cautela nos dois últimos anos, cortado gastos, especialmente com festas, e com isso espera fechar o balanço sem déficit avassalador. Para Benedito, alguma coisa, embora pouca, fica pra trás. Bel teria se recusado a cortes mais profundos, como dispensa de funcionários, em salários, em exames médicos e em ação social.
Não é bem assim
O prefeito eleito em Tanabi, Norair da Silveira (PSB), garante que não preencherá nem a metade dos mais de 50 cargos em comissão na estrutura administrativa. Nos meios políticos, os comentários vão em direção oposta. Vai é faltar cargo para acomodar todo mundo, diz-se.
No fio da navalha
Governar é administrar conflitos. Na prefeitura, Norair não terá tantos, mas sobraram na política. Os conflitos a administrar serão menos com os adversários e mais com aliados. O grupo político de seu vice, Fabio Ceron (PSDB), não se entende com o do vereador Marcos Paulo Mazza (DEM). Lidar com os adversários derrotados, José Francisco de Mattos Neto (PC do B) e Valdir Uchoa (PSOL), vislumbra mais tranqüilidade.
Guerra e paz
As divergências entre os dois grupo será levada para a eleição da mesa diretora da Câmara, pretendida por Marcos Paulo. E nesse conflito, a oposição vislumbrou oportunidades e, segundo o vereador Fabrício Missena (PP), terá candidato. Como vereador mais votado, Missena vai presidir a votação e terá o voto de Minerva em caso de empate, já que a diferença da maioria é de um voto.
Norair deve passar tranquilo por esse primeiro teste. Problemas serão os que virão.
Sem apetite
O PMDB tanabiense, outro grupamento político aliado de Norair, se diz saciado com o cargo de secretario da agricultura. Ganha um sorvete de limão quem acertar o nome de Orlando Escribone para ocupante do cargo.
É pouco provável que para o prato do PMDB vá apenas esse naco de poder, afinal, o partido acredita ter sido o responsável pela vitória de Norair.
Na atual administração, o PMDB ocupa duas secretarias, a mesma agricultura, pelo mesmo Orlando, e direitos humanos, pela mulher do vice-prefeito, Deva Zanetone.
Prato cheio
O presidente do PT de Monte Aprazível, Nereu Paschoalli, encaminhou em nome do prefeito eleito, Nelson Montoro, via o deputado estadual João Paulo Rillo, 13 emendas ao orçamento do Estado. Os pedidos, das áreas de saúde, assistência social, turismo, lazer, esportes e outras somam R$ 18 milhões. Nereu apostou alto jogando com a lógica. Caso aprovado no orçamento (o que não significa que o governador vá acatar), um que seja, a estratégia é que cada partido existente na cidade indique um deputado para patrocinar a causa de Monte.
Clone
Não há motivos para se escandalizar com a vitória de Trump nos Estados Unidos. Ele é prepotente, belicista, racista, misógino, intolerante, xenófobo, homófobo, socialmente insensível e, muito provavelmente, corrupto. Nada muito diferente do que temos pelo mundo, ou para localizar especificamente, por São Paulo e Brasília. Também não são muito diferentes os eleitores que temos cá e eles lá.
Nem solução, nem rima
A alternativa, Hilary Clinton, não ajudaria em nada como opção aos norte-americanos. Ela só era confiável à mídia (incluída a tupinambá) e ao capital rentista judaico-cristão. O eleitor americano se lixa par a mídia. A vitória de Trump desmoralizou a imprensa ianque e a colonizada imprensa nacional. Mas, no Brasil, a derrota de Hilary, a candidata cheirosa, foi sentida mesmo pelos batedores de panela, os órfãos presidenciais, já que sem presidente na Casa Branca e, no Alvorada, tendo um que os envergonha, ficou sem ninguém que os represente. É flertar com os Bolsonaro, pai e filho, que dá certo.
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