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Lourdes B. Lourenzatto: O triste fim da Canelinha

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 21 de mar. de 2017
  • 1 min de leitura

Era verão, mês de Março, a noite fora difícil, daquelas que apenas com auxílio de ares artificiais logra- se o repouso. O sol acordara, majestoso, não vestia amarelo, não, naquele dia ia desfilar um tom abóbora, uma cor secundária, mistura de amarelo com vermelho, lembrei da época do colégio, cujo conhecimento, relacionado às cores, adquiri com D. Lourdes Cera, professora de artes.

Bem, calor ou não era preciso galgar os degraus do dia que se oferecia, pois vida de mulher é assim: acorda a casa, ouve as lamentações do marido e filhos, que sofrem do despertar, assim como quem sofre de insônia, recomenda cada qual de não esquecer isto ou aquilo, verifica se os bichinhos de estimação já receberam suas refeições matinais, organiza todos os acessórios que fazem parte da residência para, só assim, passar a próxima etapa.

Para cumprir a segunda fase do meu dia tive que cruzar a rua Brasil com a 26 de Maio e nesse intento deparei- me com um aglomerado de pessoas, todas agitadas, aparentemente falando umas com as outras, mas na realidade discursavam cada qual para si mesma, pois uma não ouvia o que a outra dizia.

Intrigada estacionei o veículo e fui verificar o sucedido, indignado um senhor disse- me que haviam envenenado a Canelinha. Olhei para a pobrezinha, lá estava ela com olhar de moribunda, sussurrando pela vida, suas folhas estavam murchas tal qual a face de um enfermo dentro de uma UTI. O desalmado escolhera o método mais sórdido para dar cabo à vida da coitada, furou o pé da inocente e injetou veneno para que ela fosse morrendo aos poucos, dia a dia.

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