Mercado imobiliário de Monte e Tanabi não tem data para se recuperar da crise
- A Voz Regional
- 15 de mai. de 2017
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Segundo Edmundo Maia e Justino Alves propriedades urbanas e rurais caem de preço, mas as vendas não se realizam
Um dos setores afetados fortemente pela crise econômica pela qual passa o Brasil foi o mercado imobiliário, que deve demorar um pouco ainda para se recuperar e obter a retomada, uma vez que depende de sinais concretos para se recuperar, em especial do nível de emprego. Nesse cenário de incertezas não há consenso entre os corretores de imóveis sobre como serão os próximos meses.
O corretor de imóveis Edmundo Maia dos Santos Junior, da Imobiliária Santa Rosa, de Tanabi, diz que o mercado imobiliário na cidade em 2016 sofreu uma estagnação, com redução no volume de negócios fechados tanto nos imóveis residenciais como para locação. “Manteve o volume mas de forma reduzida nos imóveis que se enquadram no padrão de financiamento do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida, cujo valor gira em torno de R$ 100 mil a R$ 120 mil e que tem no financiamento a grande fonte de recursos. Para imóveis acima deste valor, as negociações tem ocorrido mas em quantidade inferior de recursos financeiros, seja financiamento ou recursos próprios, passando a ser a moeda de negociação outros imóveis de menor valor como parte do pagamento”, diz.
O corretor de imóveis Justino Alves, da Imobiliária Casa Branca, de Monte Aprazível, diz que o mercado imobiliário na cidade “assim como em todo o Brasil está parado, está totalmente em desequilíbrio. A oferta e procura está em pontos opostos. É isso que o mercado propõe hoje”.
Com este cenário, Edmundo conta que existe uma oferta muito grande de terrenos em Tanabi. “O principal fator que leva a isso é a quantidade de loteamentos lançados. Mas há também terrenos localizados em bairros mais antigos e até mesmo na área central da cidade. Quanto aos imóveis comerciais, existem ofertas no município tanto nos bairros, quanto na área central, o mesmo em relação aos imóveis residenciais, sendo importante destacar que, com a retração das locações, alguns proprietários, colocaram estes imóveis a venda”.
Diante disso ocorreu variação de preço para baixo. Justino diz que “esta crise no mercado de imóveis vem há mais de dois anos, portanto a variação de preços é para baixo”, comenta. Edmundo diz que “nos dois últimos anos ocorreu uma retração nos preços em razão de uma demanda maior do que a oferta em cerca de 10% a 15%. “Com exceção das vendas que foram feitas por necessidade que chegaram a ser vendidas por preços 20% a 25% menores”, conta.
Indagados sobre a perspectiva para os próximos meses, Justino e Edmundo afirmam que esperam melhora, mas divergem quanto à expectativa. Justino diz que “sempre esperamos uma melhora, mas a situação que o país está vivendo hoje não nos permite acreditar em melhora a curto prazo, infelizmente.” Edmundo diz que “a perspectiva é de que no segundo semestre tenhamos uma melhora neste cenário, pois a economia apresentou sinais de recuperação, mas a grande preocupação é o cenário político face às incertezas e indefinições, provocando uma retração”.
O cenário para os imóveis rurais se apresenta semelhante aos urbanos, com ligeira melhora na procura em Tanabi, segundo Edmundo. “Em razão do mercado do açúcar e etanol apresentar alguma melhora, principalmente para empresas mais eficientes na produção tem provocado uma procura por imóveis rurais, com áreas acima de 40 alqueires, para plantio de cana de açúcar. Com investimentos feitos por empresa do setor, localizada no município de Tanabi, houve um aumento na demanda para imóveis para locação, com grande procura por pessoas de outras cidades que fixaram residência em Tanabi. Esperamos que esta demanda reflita também nos imóveis para venda e que também alavanque os imóveis comerciais em razão de possível aumento de demanda para consumo”, finaliza.
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