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Nas Estradas da Educação: Os operários do ensino

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 8 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Todos os dias os operários da Educação levantam bem cedo e vão, cheios de incertezas, para o mundo do conhecimento. Levamos nas bolsas e mochilas amarradas com esperanças nosso único alimento: a fé no homem. Nesse contexto, caminhamos suando as letras que nos acompanham deste o início da docência e a cada tropeço, sabemos estar presente a característica que sempre nos propusemos ter: a coragem de errar que faz de nós operários do ensino, que erram, acertam e que mais que tudo, aprendem. Somos alunos de nós mesmos e acima de tudo, alunos de todos. Somos alunos de nossos alunos, nas suas falas que nos mostram o quanto falhamos e o quanto acertamos no nosso dia-a-dia escolar. Nas estradas da educação já vimos muitas coisas. Vimos flores que murcharam, vimos pedras que floriram, mas acima de tudo vimos obstáculos que construíram em nós um saber que nos fez ver a nossa incapacidade de compreender que o outro também é capaz. Quando olhamos o nosso entorno e vemos que pouco foi feito para a qualidade de vida e a valorização do ser humano, percebemos o quanto precisamos caminhar para mudar uma realidade que nos parece imutável. Quando penso na minha infância, lá em Minas, olhando as montanhas que me protegiam do que havia além, penso que após ter chegado e visto que os desafios educacionais eram os mesmos, percebo que as estradas que percorremos têm os mesmos mistérios, as mesmas angústias e quase sempre as mesmas perguntas. Quando entro no ônibus e vejo as estradas, deixo cair da mochila a vontade de fazer com que cada momento seja um passo rumo a uma nova história, feita com versos e desejos de mudança constante pois, afinal de contas estou aqui para transformar o mundo:

quem alimenta os poetas que não fogem da dor? Ó Petrarca, o que foi feito de Laura depois do teu amor?O que foi feito do sono que buscou o sonho no infinito? O que foi feito do poeta depois do poema maldito?Perguntas divagam no sulco do instante entre um sangue e um espelho que transpõe os olhos.

Percorrendo as estradas da Educação com os olhos, vislumbramos com alegria o Projeto Memória que está sendo realizado pela ETEC Padre José Nunes Dias, de Monte Aprazível, sob a responsabilidade da profa. Rosângela, que vai buscar, juntamente com os alunos, os registros de fotos, vídeos, arquivos e objetos históricos que marcaram a escola, assim como o depoimento de ex-alunos e funcionários que se destacaram ao longo de mais de 50 anos na educação tecnológica. Vamos aqui nesse espaço mostrando gradativamente os passos desse Projeto Memória, esperando que, em breve, ele se transforme em livro. Esperamos que nosso retorno com esta coluna no jornal A Voz Regional, seja a retomada de uma estrada que deixamos de caminhar, mas que nunca deixou de fazer parte de nosso itinerário como educadores, caminhantes eternos focados na transformação do mundo e principalmente na transformação do homem.

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