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O legado Olímpico

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 5 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

Ainda sob o impacto da bela cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio, passamos a refletir sobre o legado desse megaevento, ou seja, o que de positivo a Olimpíada teria deixado para a cidade e o povo do Rio de Janeiro, em especial, e para o Brasil, em geral. Vale ressaltar que, contrariando as expectativas mais pessimistas – que não eram poucas -, podemos dizer os Jogos do Rio foram um sucesso, ainda que realizados “à brasileira”, como chegou a dizer o presidente do Comitê Olímpico Internacional. Vamos recordar que a tragédia da queda da ciclovia, às vésperas do início de evento, foi um mau presságio que trouxe uma pesada atmosfera de desconfiança sobre a organização. Agora que a festa acabou e voltamos à realidade, cabe perguntar: que destino será dado às arenas e aos parques olímpicos? Serão mesmo revertidos para a população? Será que muitas dessas instalações não correm o sério risco de serem aos poucos abandonadas, devido ao alto custo de manutenção? Estima-se um custo anual de quase 60 milhões de reais. Quem se der ao trabalho de pesquisar na internet verá que a Prefeitura do Rio de Janeiro já previu uma série de providências, utilizando-se de um conceito criativo (a “arquitetura nômade”) que permitirá a desmontagem de vários equipamentos para instalação em outros lugares (caso das piscinas do parque aquático), a adaptação de alguns equipamentos para novos usos, e a entrega de instalações para serem exploradas por meio de parcerias público-privadas. Desde sempre, a ideia central foi evitar a repetição do mau exemplo de Atenas, em relação ao aproveitamento das estruturas olímpicas. Por outro lado, não se pode esquecer dos famosos estádios construídos para a Copa do Mundo e que logo após foram deixados às moscas, sem contar o caso dos equipamentos construídos para os Jogos Pan-americanos (2007), abandonados e deteriorados pouco tempo depois do evento. Antes de lançar críticas, por vezes infundadas, convém observar que praticamente todas as cidades que sediaram Jogos Olímpicos não só não concretizaram todo o legado prometido como deixaram obras que são verdadeiros “elefantes brancos”, de pouca utilidade e alto custo de manutenção. Contudo, é inegável constatar que, como consequência dos Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro recebeu uma série de benefícios, como a revitalização da antes degradada área central e da zona portuária, a construção de obras para a mobilidade urbana – corredores de ônibus expressos (BRT), veículos leves sobre trilhos (VLT) e linhas de metrô -, entre outras. Nesse sentido, um legado extremamente negativo foi o não-cumprimento da promessa de despoluição das águas da Baía de Guanabara, embora tenha havido avanços consideráveis. O fato é que, para além das obras e equipamentos, o principal legado de uma Olimpíada é o sopro de esperança e motivação, que poderá inspirar e incentivar muitos jovens para a saudável prática de esportes. Vamos torcer para que esse seja, de fato, o legado mais duradouro.

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