Walter Spolon: Juquita balançava o coreto!
- A Voz Regional
- 10 de abr. de 2017
- 2 min de leitura
“Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor…”
Chico Buarque
Essa música, dos Festivais de Música Brasileira, de 1966, nos transporta para um passado, ainda mais distante. Sente-se, tome um cafezinho e… Deixe sua memória funcionar. Acomode-se em sua poltrona. Estamos numa viagem do tempo. Mais exatamente no túnel do tempo!
5, 4, 3, 2, 1, Brruuuum!
Monte Aprazível, anos de 1953, 54, sei lá. Algumas pessoas mais antigas hão de lembrar. Nós, aprazivelenses, já tivemos um Coreto, em nossa cidade, mais exatamente, na Praça da Matriz. E era lá, ao redor dele, que o povão se reunia, para ouvir e viver os sucessos musicais do passado. Tudo isso sob a batuta do nosso grande músico e maestro Juquita.
Para os que não se recordam, Juquita veio para nossa cidade, para ser o Maestro da antiga Banda do Ginásio e Internato Dom Bosco, do nosso querido Padre José Nunes Dias. Além de Professor de Música no ginásio, também trabalhou na Secretaria da Escola, lá pelos anos de 1950.
José de Oliveira Coura, o Juquita, era casado com a Sra. Anésia Coura, pais de Nilza, mãe dos gêmeos Antonio Carlos e Antonio Celso (o Piquico, do Forum local); além de Maurício, Márcio e José Francisco, este, Delegado aposentado e Advogado em nossa cidade.
Além dele, faziam parte do staff musical, o Sr. Nininho, Mauro, Boquita, Roberto Venâncio, Ivo Tintureiro, Zé Ferneti e outros.
As apresentações aconteciam logo após a missa da Matriz, e à noite e, ainda, nas quermesses, que eram realizadas na Praça.
Em suas apresentações ele e todos os membros da Banda desfilavam um belo uniforme. Mas, como tudo que é bom, a Banda também se foi, ficaram a saudade e a lembrança de um passado lindo.
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor”
Bons tempos!
Essa é mais uma de nossas relíquias do passado, que se foram. Assim como tantas outras. Nossa cidade, infelizmente não tem memória. Tudo de bom que aqui existiu, caiu no esquecimento.
Será que não está na hora de alguém, Prefeito, Vice, Vereadores, Departamento de Cultura, sei lá quem mais, procurar resgatar nossa história? Não seria o momento, também, de se pensar no tombamento de prédios e, mesmo, casas antigas, que ainda teimam em resistir ao tempo? Exemplo: Mercado Municipal, Prefeitura, Forum, Ginásio Dom Bosco, Igreja Matriz e Dom Bosco, o prédio dos Irmãos Maset (hoje Magazine Luiza) o dos Irmãos Macri, dos Irmãos Maionchi, Casas Mardegan (hoje Supermercado Aprazível), Escola Feliciano, residências como a do Sr. Dantas, Santa Casa, antigo prédio do Ginásio Estadual, prédio da antiga Casa Independência, do Sr. Fuad Marina e, à frente, o prédio do Ângelo Lorenço, antes dos Irmãos Soubhia e o prédio da antiga Botica da cidade, do pai do Padre Altamiro etc etc?
E, por falar nisso. Você se lembra dos pirulitos, em forma de cone, vendidos em quermesses, circos e nos cinemas? Ah! Bem que ajudavam a adoçar a vida…
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