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Walter Spolon: “O Buracão!” – parece que foi ontem

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 29 de abr. de 2017
  • 3 min de leitura

Nossa, que BURACÃO!

É isso mesmo, amigo. Durante muitos e muitos anos, ele esteve quase no centro da cidade. Ao seu redor, muito mato, muitas minas d’água. O solo, argiloso. Muitos pés de mamona. Era nesse local que, durante anos, a criançada se divertia. Ah! Tudo era de graça, não precisava adquirir ingresso a R$ 6,00. Até porque, àquela época, era o Cruzeiro que mandava, ou seria o tal de Réis? Taí uma boa pergunta. Nem precisava trocar peças de roupa, pelo ingresso.

Como disse, era a alegria da garotada. Ali passávamos horas, cavando saibro, que podia ser o amarelo, ou o escuro. Isso com as mãos. Nada de ferramentas. Esse saibro era levado para casa e aí, então, parecia uma fábrica de bolinhas. Isto tudo para caçar passarinhos nos arredores da cidade. Havia, até, disputa, para ver quem tinha o melhor e mais bonito estilingue. Madeira boa para a forquilha? Principalmente da jabuticabeira, que era mais resistente.

Com as mamonas, havia disputa acirrada entre as turmas. Era a “Guerra das Mamonas”. ‘Nenhuma ‘assassina’!

A última casa da rua, hoje Presidente Vargas, era a ‘chácara do Sr. Antonio Lopes’. Na outra esquina, a ‘casa e o pomar do Sr. Antonio Valério’. Do outro lado, a casa dos Cera.

No buracão, havia uma mina d’água, onde muita gente ia buscar para beber.

Havia, também, algumas mangueiras e goiabeiras. Precisava mais?

Carlos Bellini, Edson Abreu, Prefeito Professor José Agrelli, sua esposa Eunice Júlio Agrelli e o Deputado, hoje Ministro, Aloysio Nunes, no dia da inauguração da Rodoviária

Quem descia pela Rua Presidente Vargas, tinha que virar à esquerda, onde havia uma ponte de madeira, que dava acesso ao outro lado do buracão. Era lá que o Caminhão Pipa coletava a água, para molhar as ruas, pois não havia à época, nem lajota, nem asfalto. Eram ruas de terra, no máximo coberta com pedregulho, para evitar atoleiros. Esse caminhão era dirigido pelo Sr. Renato, que tinha uma perna de pau e morava na Rua São João, onde temos hoje uma das quadras da Escola Capitão. A casa vizinha era do Sr. Ápio Orçatti.

Onde hoje está a Escola de Educação Infantil, era um parque, que foi construído pelo então Prefeito Geraldo Berardo e que tinha o nome “3 Marias”, em homenagem às suas filhas. Antes, nesse local, havia um campinho de futebol, com bastante inclinação e que minava água nos barrancos de cima. Isso pouco importava para a molecada. O negócio era jogar futebol. Ah, as bolas eram de capotão. E como pesavam, quando molhadas! Os consertos eram feitos pelo Sr. Ângelo Lorenço. As traves, de bambu.

Mas, isso, foi nos bons tempos! Época em que se podia amarrar o cachorro com lingüiça.

Mas a cidade cresceu, se modernizou! Precisávamos, então, de uma rodoviária. A idéia inicial era construí-la próxima ao Estádio Municipal. Não no seu lugar! Afinal, tínhamos o GEMA, que bem representava nossa cidade em toda a região.

A idéia, então, foi construí-la no Buracão, pois assim os passageiros teriam que vir até o centro da cidade.

Um grande desafio!

Para tanto, foi preciso drenar toda a área e canalizar o riacho e as nascentes d’água, ali existentes e direcionar às galerias de águas pluviais. Na foto, temos a ideia do trabalho ali realizado. A galeria tem dois metros de altura, suficiente para receber toda a água que por ali corre. Uma verdadeira Obra de Arte! Toda feita com tijolos pó-de-mico, da Fazenda Providência. Não havia, à época, os tubos de concreto com a dimensão necessária.

Guanabara, Fermin Martin e Dr. Lavínio Luchesi

Dito e feito! Mãos à obra! Essa construção, até pelo tipo de solo em que foi edificada, demandou muitos estudos e, consequentemente, também se tornou cara. Ah, não foi superfaturada. Seu construtor e engenheiro? O Sr. Fermin Martin.

A obra toda passou por várias administrações: Lavínio Luchesi, Dr. Wilson Leal, Padre José Viana Arrais e o Professor Zequinha. Apesar do terreno que foi construída, até hoje, não apresenta uma única rachadura. Exemplo de obra bem feita e com responsabilidade.

Apresenta, isto sim, um descaso de nossas autoridades. À noite, um breu. Pouquíssima iluminação. Como os demais prédios públicos (inclusive o da Prefeitura) precisam de um pouquinho de atenção. O prédio da Rodoviária foi inaugurado em 11/11/1998, pelo Prefeito José Agrelli.

Recebeu o nome de seu construtor, Sr. Fermin Martin.

Passou por reforma, na gestão do Dr. Wanderley (2009) e reforma dos sanitários, pelo Maurinho.

Onde está a Rodoviária, já existiu também a Rádio Difusora, à época do Sr. Camilo Soubhia (tempos do Carça Larga) e, na outra esquina, o prédio da Associação Comercial.

Camilo Soubhia, ao fundo, antigo diretor da Rádio Difusora

Antigo prédio da Associação Comercial

O Sr. Fermin Martin foi, também, o construtor da Fonte Luminosa, na Praça São João.

Já já vai aparecer alguém querendo trocar a Rodoviária com o Estádio Municipal! Duvida? Ou seria a Fonte pelo Estádio?

Ei, cara pálida, caia na real!

Sei não … Tem gente prá tudo! Fiquem de olho!!!

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