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Walter Spolon: Sempre vivendo de lembranças. E cada uma!

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 23 de jan. de 2017
  • 2 min de leitura

Praça São João, por volta de 1962.

Dois funcionários abnegados, verdadeiros artistas e que sempre levaram muito a sério tudo que faziam.

Você já ouviu falar do Sr. Antonio Castellani e do Sr. Bongiorno? Pois é. A eles devemos uma parte da história de nossa cidade. Esses dois “artistas”, que recebiam da Prefeitura o salário de jardineiros tornaram nossa cidade conhecida, pelas esculturas que realizavam naquele local. Uma mesa, com garrafa e copos, uma girafa e várias outras esculturas, modeladas em cipreste. Havia, também, as pérgolas, que protegiam os bancos, sombreando-os. E as árvores, modeladas e trabalhadas que, depois, foram infestadas de “lacerdinhas”, que enrolavam as folhas dos fícus, vivendo em seu interior e atormentando quem estivesse por perto.

Essa praça foi o ponto de encontro do povão por muito tempo. Uma pena que o trabalho desses escultores não tenha sido reconhecido pelas nossas autoridades. Hoje, dificilmente alguém ainda se lembra desse local e de seus abnegados “jardineiros”!


1964 – 1965: “ FONTE DOS SONHOS”

 Nessa época, o prefeito Wilson Guiguet Leal deu uma repaginada na Praça São João. Ali fez construir uma belíssima Fonte Luminosa, a “Fonte dos Sonhos”. Eram as águas dançantes, ao som de músicas escolhidas, que atraiam uma multidão, inclusive de cidades vizinhas, para admirar o movimento e as cores das águas. Construída pela Empresa Castro, de Poços de Caldas (MG), até hoje, quando em condições de uso, chama a atenção do povão.

No dia da inauguração, foi uma festa de arromba. Uma multidão ali se aglomerou, para ver o espetáculo “A dança das águas”, inédito na região àquela época.

A inauguração da fonte foi um dos pontos altos de sua administração!

Em nossa cidade, é comum o prefeito que toma posse esquecer ou fazer de conta que não sabe as coisas boas que seu antecessor fez. Foi o caso da Fonte Luminosa. Depois que o Dr. Wilson deixou a Prefeitura, a fonte ficou muito tempo abandonada. Seu equipamento de som desapareceu e os motores estragaram. Quando reformada, posteriormente, gastou-se muito mais do que com sua construção.

Prefeito que assume não pode se dar ao luxo de “esquecer” o que os anteriores fizeram de bom na cidade.

“OLHA O JORNAL!” 

 Aos domingos, ali na esquina da Praça, onde hoje é a residência do Dr. Nelson Bechelli, havia uma construção muito antiga, com um salão de portas de madeira. Era o nosso Correio. O responsável pela Agência, era o Sr.  Boarolli. Homem íntegro, de muitas amizades e fiel cumpridor de suas obrigações. Uma delas era a pontualidade. Pontualidade Britânica. Até os segundos do relógio eram obedecidos.

Aos domingos, principalmente, o povo se aglomerava na frente do prédio, para buscar seu jornal, que era do dia anterior. Lá estava o Sr. Boarolli. Batia papo com as pessoas até um minuto antes da 8:00 horas. Aí ele se retirava e ia abrir as portas do correio. Como as pessoas tinham pressa para pegar o jornal, ele se adiantava e dizia: “Vamos por ordem alfabética. Primeiro: Dr. Airson!”. E entregava o jornal ao seu grande amigo Dr. Wilson Lyra. A seguir era o “Cumpade” Pacca.

Nesse mundo, o que vale mesmo é a amizade!

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