Está por “um triz” a união da oposição com Valdir, sem Marcel Cadamuro como vice

Advogado impõe condições para abri mão do cargo para tirar Norair da prefeitura

“Estou fazendo reunião em cima de reunião para unir toda a oposição”. A afirmação é do candidato Valdir Uchoa (PL) depois de sinal verde de seu vice, o advogado Marcel Cadamuro de que estaria disposto a abrir mão da vaga. Cadamuro alerta, no entanto, de que a sua disposição não tem caráter ilimitado e pouco abrangente.

“É bom tomar cuidado com o que eu disse. Só abro mão de ser vice se todos os partidos que são oposição ao atual governo estiverem junto e o candidato que vier a me substituir tem de ter qualificações eleitorais melhores que as minhas.”

Ao falar em “toda a oposição”, Cadamuro cita nominalmente o P C do B, partido ao que está filiado o ex-prefeito José Francisco, os aliados políticos dele filiados ao PSD, o PSDB do atual vice Fábio Ceron, Podemos e PPS, legendas dos declarados pré-candidatos a prefeito, respectivamente, os vereadores Rodrigo Bechara e Fabrício Missena, que até tem vice definido, seu colega de Câmara e partido, Osmar Canela. E, ainda o DEM, o mais oposicionista ao atual prefeito Norair da Silveira, presidido pelo vereador Marcos Paulo Mazza, e que tem ainda como filiado o mais radical opositor de Norair, o presidente da Câmara, Gilbertinho Faria.

Não será tão difícil costurar esse arranjo e, segundo fonte que preferiu o anonimato, “tudo pode ser reunido e anunciado em questão de horas. É tarefa difícil acomodar tantos partidos e político em uma única vaga, mas Valdir Uchoa, que já conta com a adesão de PTB, se revela confiante. Ele disse já ter conversado com o vice-prefeito Fábio e o ex-prefeito, José Francisco. Valdir garante contar com a benção deste, que, porém, ainda não se pronunciou oficialmente. José Francisco se encontra fora da cidade, mas A Voz Regional apurou ser possível ele participar deste arranjo.

Segundo Dorival Rossi, presidente do PSD e muito próximo de José Francisco, acordo desse tipo é difícil acontecer, mas é possível viabilizá-lo “devagarinho, com um passo de cada vez”.

Marcos Paulo adianta que o DEM já fechou acordo com Valdir Uchoa, independentemente, da questão do vice. Ele reafirma que o partido tem condições de oferecer um nome para vice, mas que a manutenção de Marcel ou a escolha de um terceiro nome não altera as condições de apoio.

Rodrigo Bechara se limita a dizer ser o arranjo viável e que afirma que o seu partido, o Podemos, pode avalizá-lo.

Fabrício Missena adianta que não vai participar deste arranjo. Ele argumenta que sua candidatura está consolidada, com vice definido e já com a coligação acertada com o PR e não faria sentido abandonar sua pretensão, mesmo sendo o indicado a vice. “As pesquisas mostram que eu e Valdir estamos empatados na segunda coligação. Se eu servo para vice dele, ele também serve para ser o meu. Durante três anos, fui o vereador mais combativo, então eu sou candidato natural da oposição e é mais viável a oposição estar unida em torno da minha candidatura”, observa ele.

Fábio Ceron não foi localizado para comentar sobre o assunto.

A chapa Valdir/Marcel foi lançada extra-oficialmente há um ano e que agora se revela decisão precipitada. A partir de abril deste ano, quando foram desencadeados os prazos eleitorais e as discussões partidárias, a cogitou-se da possibilidade de Marcel Cadamuro ser substituído por parte de Valdir. Segundo Marcel, isso provocou grande desgaste político e pessoal a ele e à chapa. A pressão aumentou à medida que a discussão sobre apoios políticos se intensificam.

O desconforto de Cadamuro foi debatido em uma reunião do partido, na semana passada, quando o vice colocou suas condições para deixar a vaga. “Eu considero o projeto Valdir/Marcel com grandes chances de sucesso, de sair vitorioso e implantar um programa novo para Tanabi. Mas eu não quero ser acusado de vaidoso e insensível aos problemas da cidade. Se a minha saída da chapa viabilizar um projeto mais amplo e melhor, não tenho problema em abrir mão”, finalizou.