Mesmo com déficit de R$ 20 mil, Ginack tem planos ambiciosos para o Sindicato Rural
- A Voz Regional
- 4 de fev. de 2021
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Presidente classifica de “estratégia agressiva” as metas e ralações da diretoria com o setor e órgãos públicos
O sindicato rural patronal de Monte Aprazível está sob nova batuta desde outubro do ano passado, quando Antônio Ginack Junior assumiu a presidência da entidade. Desde 2017, ele alimentava o sonho de fazer parte da diretoria do sindicato por ver a atuação de seu pai Antônio Ginack na entidade. Em 2020 foi convidado a participar de uma reunião e a encabeçar a chapa a presidência do sindicato, aceitou sem saber que se tratava de chapa única. Eleito por unanimidade, Ginack tratou de montar um plano ambicioso de prestação de serviços para os associados e revigoração dos pequenos empreendimentos agrários
Com o fim dos recursos anuais da Confederação Nacional da Agricultura, o sindicato corria o risco de ser fechado, mas o então presidente Benjamin Duran não concordava com o fechamento, o colocou a par da situação e ele resolveu assumir a empreitada de manter o sindicato em funcionamento. “Não poderia aceitar fechar um sindicato inaugurado em 23 de setembro de 1980. Pensei na grande estrutura que o mesmo possui, sei do potencial do agro, pensei nos funcionários e principalmente nos sócios que há anos utilizam os serviços prestados”, diz.
Mesmo diante da queda da receita, Junior diz que a assistência continua 100%, pois “temos um suporte contábil maravilhoso e por não termos nenhuma reclamação registrada creio que os associados estão satisfeitos. Não consigo ter uma informação exata com relação aos recursos, pois os associados fazem seus pagamentos anuais, peguei o sindicato com um caixa que daria para custear a entidade por oito meses, pois na reunião recebi um relatório dos valores das despesas mensais. Montei um demonstrativo de resultados com dados de 2020 e projetei um fluxo de caixa para o ano de 2021. Nesta projeção, teremos um saldo negativo de R$ 20 mil no final do ano, mas administrativamente reverteremos este cenário”, enfatiza.
O sindicato rural conta atualmente com 75 sócios e presta todos os serviços contábeis e pessoal que um produtor rural ou empresa necessite. “Temos o departamento jurídico para questões pertinentes a classe produtora; elaboração de contratos de arrendamento, parceria, empreita, serviços, etc. Questões trabalhistas em geral, agrárias, junto ao Incra e Ibama, orientação sobre previdência rural, defesa de autos de infração do CAT, orientações sobre contribuições sindicais”.
O Sindicato possui ainda departamento de convênios, cursos e programas SENAR, plano de saúde, registro de doméstica e recolhimento de INSS e FGTS, contrato de locação e Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Atualmente nesta gestão estamos efetuando para todos os produtores, independentemente de sócio ou não, a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que anteriormente era emitida pela Casa da Agricultura”.
Junior tem planos para ajudar os associados no campo em suas atividades diárias de produção. Ele diz que “nossos associados são pequenos, médios e grandes produtores, em nossa região predomina a cana de açúcar, seringueira, criação de bovinos, estes em sua maior produção, mas temos diversas pequenas culturas que podem ser alavancadas. Semanalmente temos vários cursos destinados ao produtor rural. É uma maneira de utilizar estes cursos para colocar em sua propriedade alem do plano A um plano B, C ou mais.
Como iniciamos à poucos meses nossa gestão, estamos fazendo um planejamento para escutar dos produtores quais as maiores dificuldades dos mesmos em suas operações para que assim possamos agir em seus problemas contribuindo para soluções”.
As metas
Junior tem uma estratégia de fortalecimento do associado. “A pretensão estratégica é agressiva, fazer uma parceria com lojas do agronegócio em nossa cidade para que nossos associados tenham algum benefício em aquisições, sendo fiel aos parceiros e não indo a outras cidades efetuarem suas compras. Temos que fortalecer o mercado interno e estou à disposição para escutar a todos. Já adquirimos algumas máquinas para serem alugadas ao valor de custo aos associados para utilizarem em suas propriedades não tendo que onerar seus custos imobilizando patrimônio e podendo assim investir o recurso em seu próprio negócio”.
Ele conta que recebeu como sugestão de um associado a aquisição de uma pá carregadeira para ser utilizada pelos associados. “Já entrei em contato com alguns bancos para a captação de recursos para este fim, creio que conseguiremos”. Ele diz ainda que pretende dar suporte para aquisição de animais geneticamente melhorados para que a produção bovina seja diferenciada dos moldes atuais em determinadas regiões, “aposto muito nisso e poderemos também ser uma cooperativa de produtores no futuro, quem sabe! É uma idéia que estimula muito meu dia a dia no sindicato rural”.
Junior conta que tem um ideal de produção associativa. “Eu tenho um sonho que não sei se vou conseguir concretizar, em 2014 em viagens para Espanha, Alemanha e Polônia me deparei com várias propriedades muito pequenas onde a família produz, um colhe silagem, outro feno, outro madeira para lenha, outro leite, outros suínos, outros bovinos, durante o verão. Assim, passam o ano todo um comprando e vendendo para um para o outro. Cito este exemplo, pois o meu sonho é juntar uns dez vizinhos com uns dez ou quinze alqueires cada um, assim teríamos 100 a 150 alqueires interligados para produzir em parceria silagem, milho, cana, sorgo, etc. Tendo assim uma estrutura forte para efetuar recria e confinamento de bovinos juntos e até de terceiros dependendo do que suporta”.
Ele pretende também fazer parcerias “fortíssimas” com a prefeitura para dar maior suporte ao produtor rural do município. “Através do SENAR poderemos fazer uma parceria fortíssima com a Prefeitura tanto de Monte Aprazível como Poloni, Nipoã e Planalto que são as nossas três extensões de base, com cursos diários e montando cursos em módulos de ensinos com duração de 10 meses como Jovem Agricultor do Futuro, Olericultura Orgânica, etc. Também caso seja permitido por lei, poderemos administrar máquinas da prefeitura, assim contribuindo para somar com a população e associados para que seja feita uma distribuição bem uniforme destes serviços”, conclui.
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