Black ainda mais beautiful
- A Voz Regional
- 22 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
A beleza negra tem se destacado nos últimos anos e além de atrair os olhares da moda, tem ajudado no fortalecimento da cultura afro no país
A beleza do cabelo black power, a cor da pele negra, as roupas coloridas, além dos adereços, influenciados na moda africana, são apenas alguns dos atrativos que, ao passar dos anos, fortaleceram o movimento black is beautiful (negro é maravilhoso). O movimento, que surgiu na década de 60 em meio a luta dos negros americanos por mais direitos, rompeu fronteiras e serviu para mostrar que a beleza dos negros também deve ser evidenciada.
Com as primeiras exposições da beleza negra, foi possível obter alguns avanços e, mesmo que de forma discreta, as modelos, manequins e artistaas negros começaram a ocupar as passarelas, catálogos de moda e telas de cinema. Mesmo com o espaço adquirido ao longo dos anos, alguns ‘padrões’ ainda resistem fazendo com que muitos negros sofram preconceito no cotidiano.
Frases, com total sentido racista, como; “você tem o cabelo ruim” ou “que cabelo de preto é esse?” por muito tempo fizeram com que os negros, principalmente as mulheres, se vissem aprisionadas pela ditadura do alisamento capilar, seja por meio de chapinha ou outros tratamentos. Por anos, e até mesmo décadas, o cabelo com mais volume, encaracolado e que se destacava em meio aos demais, não era visto com bons olhos e chegava a gerar insultos racistas.
Nos últimos anos, o cabelo liso a qualquer custo, perdeu espaço e numa forma de auto afirmação do cabelo afro black power, negras e negros vem conquistando o espaço de deixar os cabelos naturais e serem respeitados. Até mesmo na moda, a beleza do cabelo africano tem se destacado. Além do estilo na cabeça, a beleza negra como um todo tem sido mais valorizada e mais procurada pelas agencias de modelo.
Na véspera do dia da Consciência Negra, celebrada neste domingo (20), A Voz Regional destaca a importância da manutenção e a luta pela inserção e debate do estilo e da beleza negra, considerada por muitos como fora dos padrões. Além do destaque pelo lado estético, não são poucos os negros que, deixando o cabelo natural sem os tratamentos de alisamentos, ainda conseguem visualizar uma melhora na auto estima e também na identificação com a origem africana, mas não se esqueceram dos momentos e das ofensas racistas que sofreram por não se renderem aos padrões de beleza impostos por racistas.
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