top of page

Centros de reabilitação Moriá e CTT reclamam da falta atendimento público especializado

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 17 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura

O consumo de drogas é uma preocupação tão grande que levou a ONU instituir o 3 de julho como o Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico de Drogas. A Assembléia Geral das Nações reconheceu que, apesar de contínuos e crescentes esforços por parte da comunidade internacional, o problema mundial da droga continua a constituir uma ameaça grave para a saúde pública, a segurança e o bem estar da humanidade, em particular os jovens. Porém, no Brasil, não há indícios de que as autoridades estejam de fato preocupadas com tão grande questão de saúde.

Rafaela Camile Santana Lemos, diretora administrativa do Centro de Terapia Esperança, de Tanabi, diz que atualmente os portadores de dependência química ou alcoolismo não podem contar com métodos eficazes disponibilizados pelos SUS (Sistema Único de Saúde), ainda que o paciente manifeste o desejo de se internar. “Em geral, nas cidades grandes existem unidades de tratamento voltadas aos dependentes químicos, os chamados CAPs-AD, que disponibilizam de profissionais como médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais a psicólogos simulando a rotina de uma clínica de tratamento para dar assistência ao paciente de forma ambulatorial, onde ele passa o dia na unidade e no final da tarde volta para a casa para dormir. Infelizmente – diz – nessa lacuna de tempo noturno, onde o paciente não é assistido por nenhum profissional, acaba fazendo uso de sua droga de preferência ou de álcool na primeira crise de abstinência”.

Ela diz que outra forma de tratamento disponibilizada pelo SUS é a internação em hospitais psiquiátricos públicos, onde o paciente é internado, geralmente diante de um surto psicótico ou crise de abstinência e permanece por um período de 15 a 45 dias no máximo, sendo liberado e encaminhado para tratamento ambulatorial, que acaba não funcionando já que o paciente não recebe nenhum tipo de orientação ou conscientização durante o período em que esteve internado e também pela dificuldade de vagas para tratamento psicológico e terapêutico. “Sem falar nas cidades menos providas de recursos, que precisam encaminhar os pacientes para tratamento em outras cidades”, comenta.

O pastor Juliano Souza Gomes, diretor da clínica de recuperação Moriá, de Monte Aprazível, diz que “a questão precisa primeiramente ser enxergada do ponto de vista real da qual vemos todos os dias, uma situação crônica progressiva e incontrolável, sendo crescente  a cada ano no mundo todo, com um aumento considerável da doença e da criminalidade para se obter o uso frenético da droga. Tentando o próprio governo e familiares, medidas desesperadoras como internações involuntárias e voluntarias, medicamentos, acorrentamento, agressões, abandono e ate mesmo mortes como medidas desesperadoras. Temos que enxergar sem fazer vista grossa que estamos vivendo um caos, reconhecendo isto, dai então começaremos a ver o problema e as soluções como ele realmente é, e tentar somando forças para a prevenção e recuperação de um tratamento sobre drogas”.

Juliano também menciona os CAPs, como um recurso de tratamento público, além da bolsa crack que, segundo ele, “atende uma minoria, sendo acessível a poucos, pois é muito limitado”, o auxílio doença, “um recurso do INSS que é direito do indivíduo trabalhador, mas também o órgão passa por um momento critico no País sendo poucas as aprovações periciais diante de uma tão grande procura. Existem vários recursos disponíveis no governo, mas somente acessados pelas grandes matrizes de tratamento, as mais antigas e através de alguns governantes. Ficando sem apoio e sem informações assessoradas as que tentam se instalar no País para somar com as demais querendo aumentar a possibilidade de tratamento e prevenção, pois o processo é muito burocrático. Se o problema for acompanhado mais de perto podem ser aumentadas as oportunidades de recuperação no País”. 

Comments


A Voz Regional © 2020

bottom of page