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De alegrias e tristezas que vivi no Natal

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 5 de dez. de 2016
  • 3 min de leitura

Na segunda matéria da série Natal Solidário, conheça a história de Ilda Simoneti, que recorda de momentos tristes no Natal enquanto deseja um futuro melhor para todos


Olá querido senhor Noel.

Me chamo Ilda Simoneti, tenho 92 anos de idade e recentemente, cerca de uns 4 meses, vim morar no Lar dos Velhinhos de Monte Aprazível, juntamente com minha irmã mais velha Olga Simonetti, que sofreu um acidente em casa e agora precisa de cuidados um pouco mais especiais. Confesso que no começo fiquei em dúvida de querer vir pra cá, tinha algum tipo de receio, mas depois que passei a morar aqui, gostei demais e até recomendo o lar para aqueles que tem mais idade e querem companhia.

Como cheguei pequena em Monte, vi boa parte do desenvolvimento desta cidade acontecer, e de certa forma, eu e meus familiares contribuímos para isto acontecer também. Meus pais chegaram aqui com poucos recursos e decidiram montar uma padaria, na qual eu e meus outros três irmãos passamos a infância ajudando nas obrigações diárias de uma confeitaria.

O nosso estabelecimento ficava de frente com a praça São João, perto de nossa casa. Chegamos a ter propriedades em grande parte da área central da cidade, onde hoje se localizam, oficinas mecânicas, casas lotéricas, farmácias, ou seja, vimos o desenvolvimento da nossa cidade. O lugar era muito gostoso, pois era um encontro de várias pessoas que moravam na cidade.

Vendíamos de tudo também, pães, bolos, sorvete, salgados, todos os tipos de guloseimas. Fiquei no local até a adolescência, antes de partir para estudos, pois meus pais valorizavam o estudo dos filhos. Chegou um tempo que meus pais ficaram cansados do cotidiano de padaria e decidiram parar com as atividades e buscar novos rumos.

Após um período nossa família foi morar na Itália, atendendo assim um desejo antigo do meu pai. Me recordo pouco da vida no velho continente, só me recordo do clima que era totalmente diferente. Aliás, se acostumar com as baixas temperaturas não foi fácil e minha mãe chegou a adoecer, o que nos fez voltar rapidamente para o Brasil.

Vale lembrar Noel, que eu também não gostei muito do frio, o que descarta qualquer possibilidade de ir visitá lo aí na Lapônia, pois até onde eu saiba as temperaturas são baixíssimas e a neve é frequente. (risos).

Enfim, voltando a minha história, na vida tive alguns dissabores também. Nunca me casei, não que este tenha sido algo ruim na minha vida, não estou reclamando, porém estive perto de me casar, mas o destino não quis. Namorei um rapaz por 3 anos aproximadamente, estávamos noivos, e eu apaixonada por ele. Era um moreno lindo, alto, forte e que me fazia feliz.

Um dia saímos da missa dominical, ele me deixou em casa e disse que logo voltaria para irmos ao baile, a tradicional matinê. Infelizmente, enquanto eu me arrumava para mais uma tarde com o meu amor e os meus amigos, ele sofreu um infarto e acabou morrendo, antes de subirmos ao altar.

Nunca mais quis me casar, arrumei outros namorados, mas nada quem e fizesse sentir vontade de subir ao altar. Passei a dedicar minha vida ao trabalho, estudos, religião e principalmente a minha família. Cuidei dos meus pais até o fim da vida deles.

Sobre o Natal, não me recordo o ano, ou qual a minha idade na época, mas tive um Natal que foi o pior de todos. Tinha alguns dias que minha mãe estava passando mal de saúde e acabou não resistindo e morreu na noite da véspera de Natal. Me recordo que muitas famílias soltavam fogos de artifício enquanto eu derramava as lágrimas com meus familiares em casa.

Mesmo com este ano triste, o Natal ainda é uma festa que eu gosto. Pessoas reunidas, paz, amizade entre todo mundo e confesso que sou super fã de ganhar presentes, principalmente perfumes, batons. Confesso que sou muito vaidosa e fico feliz quando recebo estes mimos de amigos ou conhecidos.

Espero que o Natal deste ano seja de muita paz e alegria para todos. Algo me diz que teremos melhoras e espero que isto realmente aconteça. Quero que o ano que vem seja melhor do que foi este ano para todas as pessoas.

Para participar da campanha Natal Solidário, criada em parceria entre A Voz Regional e o Lar Vicentino, basta ligar no 3275-1766, ou levar um presente ou fazer uma visita, que muitas vezes é melhor do que um presente material, aos 38 velhinhos do lar.

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