Eles são pequenos, mas muito perigosos
- A Voz Regional
- 5 de dez. de 2016
- 4 min de leitura
Com a chegada do verão, aumentam também a incidência de animais peçonhentos e riscos de doenças, como a dengue e até febre amarela
O verão é a época do ano que apresenta maior incidência de animais peçonhentos em todas as regiões. Com temperaturas elevadas, acima dos 30 graus, e pancadas de chuvas constantes, aumentam os riscos de aparecimento de focos de pernilongos, mosquitos, escorpiões, baratas e uma série de animais que parecem inofensivos pelo tamanho, mas que podem causar muitos estragos à saúde.
Para evitar possíveis acidentes, a Vigilância Epidemiológica de Monte Aprazível e o clínico geral Nelson Samuel Bechelli alertam a população para os procedimentos de prevenção a picadas de aranhas, pernilongos, escorpiões, serpentes e lagartas entre outros.
A enfermeira Sílvia Câmara Paschoalli diz que a divulgação das informações de prevenção nos meios de comunicação contribui para a diminuição das ocorrências com animais peçonhentos. “O fato dos meios de comunicação estarem mais presentes no cotidiano das pessoas, auxilia no repasse das informações de prevenção e procedimentos em caso de acidentes”.
O médico Nelson Samuel Bechelli orienta quanto as ações de prevenção de acidentes envolvendo animais peçonhentos. Ele recomenda o uso de equipamentos de segurança adequados, como botas e luvas, em ambientes propícios à ocorrência destes animais. Alerta também para que não se coloque as mãos em buracos no solo, árvores ou folhagens, verificar calçados, roupas pessoais, de cama e banho antes de usá-los, vedar frestas e buracos nas paredes e assoalhos que permitam a entrada de animais peçonhentos no ambiente doméstico.
O médico explica ainda que é importante manter a casa e o quintal limpos, livres de entulhos e lixo, e redobrar os cuidados e atenção nas épocas quentes. “Este período é quando esses animais são mais ativos e se reproduzem”.
Nelson comenta que os acidentes são maiores no verão devido ao aumento do calor e por coincidir com a época em que os animais aparecem mais com o período de plantio e colheitas agrícolas. “O metabolismo dos animais peçonhentos aumenta muito. Eles precisam se alimentar todos os dias e saem da toca. No verão, o homem também circula mais, então há o maior contato dos animais peçonhentos com o homem”.
No caso de acidentes, Nelson enfatiza sobre os cuidados que devem ser tomados. “É muito importante que as pessoas saibam como proceder no caso de acidentes. Diferentemente do que se costuma ouvir, não se deve amarrar o local do ferimento, já que isto pode produzir necrose e não evita a disseminação do veneno”.
O profissional da saúde também ressalta que, em caso de acidentes com cobras, por exemplo, é recomendável, se possível, lavar o local afetado somente com água e sabão e não passar nenhum outro produto ou medicação. Quanto è ferroada de escorpião, a primeira medida que deve ser adotada é colocar compressas de água morna sobre a ferida. “Essas medidas ajudam a aliviar a dor até a chegada ao serviço de saúde mais próximo”, e emenda com o alerta para a transmissão de doenças infectocontagiosas, como a dengue, o zika e a a chikungunya por animais peçonhentos.
Macacos também preocupam

A Vigilância Epidemiológica de Monte Aprazível emitiu um alerta para que a população fique atenta quanto a macacos encontrados mortos em matas da região. Isso porque na região de São José do Rio Preto vem ocorrendo uma epizootia, que é uma epidemia de febre amarela entre os macacos.
Sílvia conta que há um grande foco de febre amarela silvestre e que a grande existência de mosquitos Aedes aegypti na cidade pode levar a ocorrer uma epidemia de febre amarela urbana.
Por isso, ela recomenda que a população evite contato com animais silvestres e que se encontrar macacos mortos ou assadas de macacos nas matinhas ao redor da cidade, o primeiro passo é avisar as unidades de saúde para que os profissionais entrem em contato com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) para iniciar as ações de vigilância.
De acordo com Sílvia, a melhor forma de prevenção contra a febre amarela é a vacinação contra a doença e acabar com os criadouros do Aedes aegypti. Ela orienta que quem não tomou a vacina ou tiver com ela em atraso deve procurar o Centro de Saúde Central ou a Unidade Básica de Saúde da Vila Aparecida para tomar a dose. “Estamos em uma época de intensificação da vacina, tanto que temos vacinado crianças a partir dos 6 meses de idade”.
Ranchos estão em alerta

Outra preocupação de Sílvia é quanto as pessoas que frequentam ranchos nos finais de semana ou que irão para esses recantos durante as férias ou festas de final de ano. “Na região quando se coloca os números de macacos mortos no Estado, eles geralmente aparecem na beira dos rios e nesta época de férias e festas de final de ano as pessoas vão muito para ranchos na beira do rio e há o perigo de serem picadas pelo mosquito. Daí a importância da vacina estar em dia”.
A vacina é gratuita e pode ser tomada no horário compreendido entre as 7h30 e 17 horas. Para tanto, basta que a pessoa leve sua carteira de vacinação.
Para quem é proprietário de rancho, ou pretende passar as festas de fim de ano na beira do rio, o clima também é de preocupação e cuidados. Marcos Antônio Stéfani possuir um rancho na cidade de Turiúba há 8 anos e ao longo desse tempo, aprendeu como minimizar a presença de animais peçonhentos. “A gente frequenta o rancho a cada 15 dias e nas férias, por isso costumamos manter tudo limpinho, não deixo entulho, nem madeiras e nem blocos empilhados no quintal. O que a gente não usa, a gente doa. Além disso, passamos veneno contra formiga e barata e não deixamos recipientes com água parada para evitar pernilongos e mosquitos Aedes aegypti. Também costumamos limpar a beira do rio para evitar cobras e outros animais indesejados”.
Marcos diz que quando acontece de ter infestação de pernilongo, ele e a família costumam usar um álcool com raízes para se livrar das picadas.
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