Em Tanabi Vicentinos ameaçam fechar Pronto Socorro; Camargo assume Santa Casa em Monte
- A Voz Regional
- 20 de dez. de 2016
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Norair ignora pressão e diz que fará atendimento pela prefeitura; Camargo promete gestão com austeridade nos gastos e atendimento eficiente
“Eu fui eleito para mudar, se fosse para continuar tudo como estava, o eleitor teria votado no meu adversário.” A frase de efeito foi proferida por Norair Cassiano da Silveira (PSB), o prefeito eleito em Tanabi, ao comentar a disposição da diretoria da Santa Casa de fechar o Pronto Socorro, intenção comunicada por ofício, com cópias para o Ministério Público e para a atual prefeita, Bel Repizo (PMDB). O fechamento se daria a partir de primeiro de janeiro, quando o novo prefeito toma posse, caso não for revisto o contrato de prestação de serviço.
Logo após a eleição, os Vicentinos, mantenedores do hospital, se reuniram com o prefeito eleito para tratar dos repasses para o atendimento do Pronto Socorro. Norair, na ocasião, solicitou que fosse apresentado um relatório com planilha de gastos e receitas do hospital. “Eu solicitei o relatório sem intenção de interferir na administração do hospital, mas por uma questão de transparência. A prefeitura paga pelos serviços e o gestor tem todo o direito de acompanhar a prestação do serviço, onde e de que forma o dinheiro público está sendo aplicado.” Segundo Norair, será a partir deste relatório que ele definirá valores de repasse.
Norair não demonstrou qualquer preocupação com o fato de a Santa Casa vir a interromper de fato o atendimento do pronto socorro. “Eu quero a parceria, mas vou definir valores depois de conhecer os números de atendimento, do que é gasto com o atendimento de nossos pacientes. A Santa Casa contratou um plantonista terceirizado através de uma empresa. Ora, ganha o médico e ganha a empresa com isso. Essa história de todo mundo ganhar dinheiro com a Santa não é certa. Parece que a Santa Casa só existe para todo mundo levar vantagem com a doença da população e não para tratar de doentes”, protestou Norair.
Segundo Norair, o município tem condições de fazer o atendimento do Pronto Socorro. Eu só preciso de 15 dias para adequar a Unidade Básica para o atendimento. E faço mais, se a diretoria aceitar, a prefeitura arrenda o hospital”, desafiou.
Monte Aprazível
No dia 14, o Conselho da Irmandade da Santa Casa elegeu a nova diretoria que toma posse no dia 31. Para harmonizar o relacionamento com a nova administração municipal foram admitidos na irmandade e eleitos respectivamente como presidente, vice, primeiro secretário e primeiro tesoureiro, João Roberto Camargo. Jorge Mendes, Renato Biba Alves e José Roberto de Carvalho.
O futuro presidente vai assumir o hospital com todas pendências trabalhistas, fiscais e débitos com fornecedores regularizadas, graças a rolagem de financiamento e um novo empréstimo, de pouco mais de R$ 700 mi,l contratado para quitação em 60 meses, no valor de R$ 26 mil a parcela.
A nova diretoria assume o encargo com entusiasmo. “É um compromisso perfeitamente dentro da capacidade de pagamento do hospital, mas será preciso executar uma política de contenção de gastos e foco nas receitas”, anunciou João Roberto Camargo.
Dentre as providência imediatas, segundo Camargo, será a de propor uma reunião dos prefeitos de Nipoã, Poloni e União Paulistas, municípios que tem o hospital de Monte Aprazível como referência regional, com o Ministério Público. “Vamos propor um termo de ajustamento de conduta em que os prefeitos assumam o compromisso de repassar recursos pelos serviços e estabelecer a sistemática de encaminhamento médico para o atendimento”, prevê Camargo.
Camargo pretende desenvolver uma nova filosofia de trabalho por busca de novas receitas através da eficiência do atendimento e parcerias médicas. Outra preocupação é em diminuir a demanda local de pacientes do sistema único. “O prefeito Montoro tem como meta dar atenção total ao atendimento básico em saúde e isso vai ser determinante para que consultas e outros serviços sejam feitos nos PSFs, diminuindo a demanda da Santa Casa e diminuindo muito os custos”.
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