Governo amplia acesso da classe média a moradias do Minha Casa Minha Vida
- A Voz Regional
- 13 de fev. de 2017
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Valor da renda subiu para R$ 9,5 mil e o mercado espera que o setor se aqueça com os juros baixos do programa
O governo ampliou o acesso da classe média ao programa Minha Casa Minha Vida. A renda máxima para ser beneficiário do programa subiu de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil, quase dez salários mínimos. A medida agrada ao setor da construção civil, que sofre duramente com a recessão e exerceu grande pressão sobre o governo em busca de incentivos.
Construtores de Monte Aprazível acreditam no incremento do setor com a nova medida. Renato Maionchi Neto, da Maionchi Materiais para Construção, diz que “tudo que for com juro barato ajuda. Será mais uma linha que esse pessoal da classe média vai ter. Nós já trabalhamos com alguma como o Construcard, João de Barro, BB Crediário, mas a Caixa sempre tem um juro imobiliário mais barato”.
A medida representa para Renato uma esperança. “A gente vê que o crescimento está devagar para todos os setores. A construção civil, especificamente não pára, mas diminuiu muito e nós esperamos que passados os três meses iniciais em que os tributos como IPTU e IPVA consumem praticamente todo o orçamento doméstico, o setor reaja”.
Luis Fernando Cera também vê na medida a possibilidade de melhora do setor. “Esse aumento faz com que de alguma forma a inflação seja corrigida. A entrada dos compradores passa a ser menor. Acredito que deva melhorar, apesar do preço do terreno em Monte Aprazível estar acima da médica das cidades vizinhas como José Bonifácio e Tanabi”.
Ele acredita que o setor deva melhorar esse ano por conta dessas medidas. “A economia reagindo, e a construção civil tem um peso expressivo nisso, acho que o brasileiro tentará realizar seu sonho de sair do aluguel e ter sua casa própria”.
As mudanças
A classe média passará a ter acesso ao programa Minha casa Minha Vida. A renda máxima para ser beneficiário do programa subiu de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil. Foi elevado o valor máximo dos imóveis que podem ser incluídos no programa e que usam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Municípios com população entre 20 a 50 mil habitantes, como é o caso de Monte Aprazível, e Tanabi, o valor foi elevado de R$ 105 mil para R$ 110 mil, um aumento de 4,75 %. Municípios com menos de 20 mil habitantes o valor do imóvel passou de R$ 90 mil para R$ 95 mil. Em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, o valor máximo passou de R$ 225 mil para R$ 240 mil e cidades menores como Campinas e Santos tiveram o valor elevado de R$ 215 mil para R$ 230 mil.
O Minha Casa Minha Vida ampliado terá contratação de 610 mil unidades habitacionais em 2017. O perfil mais “classe média” do programa fica claro na distribuição dessas unidades: 400 mil casas serão destinadas às faixas com maior renda – 2 e 3 – que têm renda entre R$ 4 mil e R$ 9 mil. Entre as demais faixas de renda, a mais baixa terá construção de 170 mil casas neste ano e outras 40 mil unidades ficarão com a faixa 1,5.
Além de beneficiar as famílias, o governo não esconde que a medida tenta ser um indutor para a tão esperada retomada da economia. “O objetivo é que o Minha Casa Minha Vida tenha no seu cerne a geração de emprego. Estamos dando continuidade ao processo de estabilização da economia e retomada do crescimento”, disse o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
O conselho curador do FGTS – formado por representantes dos trabalhadores, patrões e do governo – aprovou as mudanças no programa, que tem como principal fonte de recursos a poupança forçada que todo trabalhador brasileiro é obrigado a fazer. O conselho também vai permitir que os mutuários da casa própria que estão com prestações atrasadas tenham prazo ampliado de três meses para um ano para colocar a dívida em dia, usando recursos do FGTS, durante este ano.
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