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Novembro Azul para o seu pulmão

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 14 de nov. de 2016
  • 4 min de leitura

O câncer de próstata não e a única preocupação dos homens. Alerta em novembro também se estende para os tabagistas, sejam homens ou mulheres 


O mês de novembro, além de ser dedicado ao combate do câncer de próstata, também é conhecido como o mês de conscientização sobre o câncer de pulmão, doença que , segundo o Ministério da Saúde, mata cerca de 200 mil pessoas por ano no Brasil, junto com 28 mil casos novos a cada 365 dias.

Além do tabagismo, que é a principal causa de identificação do câncer de pulmão, outros fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como a poluição, genética e inalação de produtos químicos. O clínico geral Alfredo Dionísio Cristal Pio, diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de Monte Aprazível, alerta que o câncer de pulmão pode sim surgir num organismo livre de tabaco.“Sabemos que 80 a 90% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao cigarro“.

De acordo com o médico, o câncer de pulmão é o que mais mata o homem, porque ao contrário do câncer de próstata, que pode ser diagnosticado precocemente possibilitando a cura, o câncer de pulmão, um dos mais agressivos tipos da doença, é geralmente diagnosticado em estágio avançado, dificultando o tratamento e prejudicando a qualidade de vida do paciente.

Novembro, segundo ele, não é o mês de combate apenas de prevenção ao câncer de próstata, mas sim “o mês de atenção ao câncer no homem. Eu sempre oriento meus pacientes a não esperarem ter a doença para depois mudarem seu hábito de vida. Tem que fazer a prevenção a longo prazo”, enfatiza.

Alfredo diz que os riscos para o câncer de pulmão são o tabagismo, doenças ocupacionais resultantes da inalação de pó e produtos químicos, fatores genéticos e baixa ingestão de frutas e verduras, dentre outros.

“No Brasil – diz – ainda não existe um protocolo para diagnóstico precoce em câncer de pulmão. Geralmente quando o paciente vai ao médico já apresenta os sintomas da doença e muitas vezes já em estado avançado, dificultando em muito seu tratamento e cura”.

Atenção para os sintomas 

Os sintomas, segundo Alfredo, são tosse persistente por mais de três meses, muitas vezes associada à perda de peso, falta de ar ao fazer pequenos esforços, tosse com secreção sanguinolenta e dor no tórax. A doença é diagnosticada com o auxílio de exames de imagem, como Raio X, tomografia, cintilografia pulmonar, espirometria, biópsia e petct. “Somente 20% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão estão aptos a cirurgia, que ainda é o meio mais importante para a cura do paciente”.

Porém, atualmente existem outros tratamentos que incluem a quimioterapia, radioterapia e a imunoterapia, “que é o novo pilar do tratamento do câncer”.  O médico explica que esses tratamentos são usados muitas vezes para diminuir a lesão do paciente e torná-la cirúrgica.

O medo não faz abandonar o vício

Todo fumante sabe do risco que corre em desenvolver um câncer de pulmão e muitos têm medo, mas nem isso consegue afastá-los do vício. O cabeleireiro Lamartine Orsati, 64 anos, fuma há 52 anos. Conta que fuma cerca de 15 cigarros por dia, “se eu tiver calmo”, caso contrário fuma um maço ou mais. “Se eu tomar uma cervejinha então, fumo mais, até por isso eu evito beber”.

Ele conta que faz acompanhamento anual e que nunca teve problema de pulmão, mas que tem medo de desenvolver a doença. “Lógico que eu tenho medo de ficar doente, mas não consigo parar de fumar, é um vício, o que eu faço é não tragar para ser menos prejudicial, apesar que eu não aconselho ninguém a fumar, pois trata-se de um vício bobo”.

O pedreiro aposentado Maurício Carvalho, 57 anos, fumante há 45 anos, conseguiu ficar longe do cigarro por 1 ano. “Mas cai em tentação e voltei a fumar”, relembra ele, que está proibido de fumar pelo médico depois de ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Maurício calcula fumar um maço por dia e quando toma cerveja “ até dois maços”. Ele justifica o uso do cigarro para amenizar a ansiedade. Vitima de um AVC, com pressão alta e começo de diabetes ele afirma saber o risco que corre e diz ter medo de ter câncer de pulmão. “Mas o vício supera o medo, sou dominado pelo cigarro. Parece que relaxa a gente, embora eu saiba que isso é ilusão”.

Mulheres também 

sofrem com ele 

As mulheres também sofrem com problemas relacionados ao tabagismo. Ana Paula Ferreira Martins, 41 anos, fuma desde os 14. Sem consumir bebida alcoólica, ela diz fumar meio maço por dia, mas se beber conta que chega a fumar dois maços.

A exemplo de Lamartine, Paula também faz exames de rotina e nunca teve nada, mas diz ter medo porque tem casos de câncer na família. “Meu avô morreu de câncer de garganta e meu tio morreu de câncer de pulmão, os dois por causa do cigarro”.

Mesmo assim, ela diz que não conseguiu se libertar do vício após ter ficado um ano sem fumar. “Parei de fumar um ano, mas voltei e não tenho vontade de parar porque o cigarro me tira a ansiedade e me acalma”.

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