top of page

Quaresma é guardada no açougue, mas liberada nos restaurantes

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 6 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

Como acontece em quase todos os anos, a venda de carne vermelha cai durante os 40 dias da Quaresma. Para alguns católicos, no período que tem início na Quarta-Feira de Cinzas e termina com a Semana Santa, o consumo de peixe e ovos são as principais opções para substituir o consumo de carne vermelha.

De acordo com José Luis Fonseca Alves, proprietário da Casa de Carnes do Zé, nesse período a venda de carne cai em média 20% na comparação com períodos anteriores. “Tem muita gente que ainda guarda o período. Hoje está mais diferente, mas ainda assim existem aqueles que realmente não comem carne na Quaresma, principalmente nas quartas e sextas-feiras”, salienta ele.

Para driblar a queda nas vendas desse período e para continuar atendendo os clientes, José diz que além de carne vermelha também está vendendo peixes e queijos no açougue. “Na quarta-feira de Cinzas mesmo vendemos muito peixe e queijo, porque as pessoas não comiam carne”, conta.

Para manter as vendas de carne vermelha a ponto de não comprometer as obrigações financeiras do açougue, José diz que faz promoções de carne com mais freqüência durante a Quaresma. “Habitualmente fazemos promoções as quartas-, sextas e sábados, mas durante a Quaresma faremos promoções todos os dias, para evitar queda acentuada no consumo”.

Em contrapartida à queda no consumo de carnes vermelhas, a venda de ovos e peixe aumenta consideravelmente. Paulo César Monteiro Barboza, proprietário da Casa dos Ovos, diz que durante a Quaresma o consumo de ovos aumenta em cerca de 9%. O ovo vermelho, segundo ele, é o mais procurado porque tem a gema mais amarela, lembrando o ovo caipira, muito apreciado pelos consumidores. “Mas o ovo branco também tem boa saída”, diz.

Lucas dos Santos, proprietário da peixaria Pescados Ômega Três, diz que esse ano achou que as vendas cairiam “porque o movimento estava bem quieto, mas de quarta-feira de Cinzas para cá as vendas reagiram. Eu comparei da sexta-feira de carnaval até a quarta-feira de Cinzas do ano passado com as vendas do mesmo período desse ano e elas aumentaram em 13%, mas a diferença é que as pessoas não estão comprando mais com antecedência, como antes, deixam para comprar em cima da hora”, comenta.

As vendas, de acordo com ele, costumam se manter elevadas até na Semana Santa, quando costumam dobrar, apesar disso o preço do pescado, segundo ele, se mantém estável. O preço dos peixes nacionais costuma aumentar em novembro, já dos peixes importados dependem do dólar, mas na Quaresma os preços se mantém estáveis.

Apesar do aumento nas vendas, Lucas diz que costuma fazer promoção de dois a três itens por semana para atrair a clientela. “Tem cliente que entra na loja porque viu as ofertas anunciadas, então essa também é nossa aposta para aumentar ainda mais as vendas”, diz.

Se nos açougues as vendas de carne vermelha caem durante a Quaresma, o mesmo não acontece nos restaurantes de Monte Aprazível. Riscalla Soubhia Junior, proprietário do Restaurante do Riscalla, diz que “já foi a época em que as pessoas não comiam carne durante a Quaresma, agora as pessoas não ligam muito. Apenas uma minoria dá preferência ao peixe nas sextas-feiras. Apesar disso, nós oferecemos peixes geralmente nas quartas ou sextas-feiras”, conta.

Michelle Pimentel de Oliveira, sócia proprietária e cozinheira do Restaurante da Vilma, diz que costuma servir carne vermelha além do peixe nas segundas, quartas e sextas-feiras porque 80% dos clientes come o peixe e também a carne. Só cerca de 20% das pessoas é que comem somente o peixe nesses dias durante a Quaresma”.

Andréia Euflauzino Trigo Bernunsi, cozinheira do Restaurante do Italiano diz que é tradição do restaurante servir peixe todos os dias, além de todos os tipos de carne vermelha, independente do período da Quaresma, mas ela conta que “atualmente o pessoal come carne normal, não está muito ligado para as restrições da Quaresma. Na quarta-feira de Cinzas mesmo servimos almôndegas, costelinha de porco, frango em molho e saiu tudo. Já não é mais como antigamente”, finaliza.

Comments


A Voz Regional © 2020

bottom of page