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Uma revolução saudável

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 9 de jan. de 2017
  • 4 min de leitura

Em três dias, população de Nipoã descobre um Centro de Saúde humanizado e com médico o dia inteiro e atendentes entusiasmados com a nova estrutura


Os pacientes usuários do sistema municipal de saúde de Nipoã, já no dia 2, tiveram uma surpresa, a de que o Centro de Saúde da cidade se transformou em um espaço ideal e humanizado para tratar de suas doenças. A mesma surpresa tiveram os funcionários ao descobrir ser possível cuidar de pessoas, tarefa para a qual, por vocação, preparo profissional e amor ao próximo, não conseguiam realizar nos últimos anos, por carência de estrutura, médicos e nenhum incentivo.

Já no primeiro dia da administração de José Lourenço (PSD), estava a posto no CS a nova assessora da pasta, a farmacêutica Telma Cristina Guerbach Silva, com larga experiência em saúde pública e atenção básica, para receber os novos médicos contratados e implantar uma nova filosofia de trabalho. “O atendimento médico humanizado é feito em equipe e esse espírito não existia, não existia estrutura de atendimento porque nem sempre tinha médico e quando havia era por quatro horas. Só o fato de haver médicos e com a motivação de enfermeiras e funcionários, já no primeiro dia, os usuários ganharam confiança e a cada dia, aumenta o número de pessoas que nos procura”, contabiliza Telma.

Cresceu o número de pacientes e diminuiu a “ambulancioterapia”. Antes, cada um dos três motoristas faziam seis viagens por dia, especialmente para a Santa Casa de Monte Aprazível, e passaram a ser duas viagens por veículo, segundo Telma.

Os médicos, um plantonista e a médica do programa da saúde da família atendem, respectivamente, das 7h às 19h e das 7h às 16 e mais um clínico geral atende das 12h às 16h todos os dias. A equipe conta ainda com um pediatra e um ginecologista com escalas de três dias por semana. Segundo Telma, a partir de fevereiro entra em vigor o convênio firmado entre Prefeitura e a Faculdade de Medicina de Fernandópolis que vai disponibilizar mais quatro profissionais para o atendimento.

Como conta Telma, já nos primeiros três dias, foram possíveis agendar em torno de 50 guias de referência e contrarreferência (consultas e exames de média e alta complexidade) para encaminhamento para o AME e Hospital de Base. “Vamos agilizar os atendimentos de exames para se chegar ao diagnóstico da doença e tratamento do paciente no tempo mais breve possível.” Telma garante que o sistema será impessoal, sem favorecimentos, conforme determina e obriga o Sistema Único de Saúde.

Tão entusiasmado como os usuários do Centro de Saúde estão os funcionários com ampliação da estrutura de atendimento e da nova metodologia de trabalho. “Estamos trabalhando muito mais, chegou a dar bolhas nos pés de tanto que tenho andado de sala em sala, mas estou muito satisfeita porque estou vendo os resultados, o paciente chega aqui e tem médico para atender, ele sai daqui satisfeito e a satisfação também é nossa, porque é esse o trabalho que amamos fazer. O ambiente de trabalho também mudou muito, estamos trabalhando em um ambiente de coleguismo, somos bem tratados por médicos e pela doutora Telma que nos incentiva e valoriza o nosso trabalho”, diz uma das funcionária que não quis se identificar.

Telma Silva está satisfeita com o quadro de funcionários, ampliado em mais uma recepcionista, afirmando que eles tem demonstrando muito profissionalismo e que o próximo passo será investir ainda mais na qualificação deles.

Doação de terrenos

A primeira atitude do prefeito José Lourenço (PSD) foi proteger o patrimônio do município e promover justiça. Ele vai revogar a doação de 38 lotes, com áreas que variam de 350 a mil metros quadrados, realizada no final de ano pela administração anterior. A doação foi feita de forma ilegal, sem aprovação da Câmara e sem critérios democráticos, muito provavelmente, para beneficiar companheiros políticos do ex-prefeito. A área, no antigo aeroporto, que já foi depósito de lixo, teria sido doada para empresários.

“A nova administração não é contrária a doação de área para a instalação de indústrias, mas devemos respeitar a lei, propor a doação através de concorrência pública e com critérios claros, estabelecendo prazos para construção do prédio, para início das atividades e a obrigação de se criar um número mínimo de empregos. Vamos cancelar essa doação e fazer tudo dentro da lei, de forma democrática e justa em que todos possam participar”, anunciou José Lourenço que determinou estudos de solo para se certificar da segurança de se construir no local. “Aquela área foi um depósito de lixo e pode estar comprometida para que se construa em cima. Se for o caso, iremos até adquirir uma outra área para fazer um distrito industrial.”

Para anunciar a retomada da área, o prefeito convocou uma reunião com os contemplados na Câmara. A maioria entendeu e concordou com o prefeito. “O prefeito está certo, eu não quero receber uma área em que eu não tenha segurança jurídica de ter a posse dela. Eu não sabia que a doação era irregular. Eu preciso sim de uma área, mas tem que estar tudo dentro da lei”, concorda um empresário que não quis se identificar.

Na reunião esteve presente o vereador Marcos Teixeira, contrário a devolução dos terrenos, o que acabou provocando tumulto. A polícia foi acionada e o vereador retirado do recinto. “A reunião foi feita na Câmara, mas não foi uma sessão e como o vereador não era parte interessada, não tinha o direito de se manifestar”, justificou o chefe de gabinete André Severino. 

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