top of page

Zé Pedro Rampim promete com transparência e gestão humanizada na prefeitura de Nipoã

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 25 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Com carreira em corporações internacionais, economista defende controle financeiro para desenvolvimento social


O economista Zé Pedro Rampim passou os últimos 40 anos cuidando do controle financeiro de grandes corporações internacionais, tendo como objetivo o aumento dos lucros e a elevação de remessas para as matrizes. A partir de janeiro, ele vai se ocupar do controle financeiro da prefeitura de Nipoã e se declara ciente de que o objetivo de um órgão público não é gerar lucro, mas fazer com que os recursos disponíveis se transformem em investimentos e serviços que melhorem a vida dos cidadãos.

Para quem tem uma carreira de gestão de sucesso na iniciativa privada, Zé Pedro não tem fórmula pronta para introduzir na administração pública tirada de suas experiências corporativas, A prefeitura é um mundo novo a ser descoberto por ele. “A prefeitura, pelo visto, está funcionando, os serviços são prestados, os funcionários estão trabalhando, eu vou assumir sem mudar nada e seria desumano de minha parte mexer com funcionários, mexer com salários, alterar alguma coisa no funcionamento da prefeitura sem conhecer como tudo isso funciona. Por um período estarei acompanhando esse funcionamento, avaliar produtividade e eficiência para só depois fazer adequações, se forem necessárias.”

Ciente é, também, Zé Pedro da realidade social do município que vai administrar, de baixo nível de emprego e renda, com ampla parcela da população cliente dos programas sociais. Ele adianta que nada muda nas ações sociais do município, mas antecipa que quer conhecer melhor essa clientela e o retorno dos benefícios. “Existem os programas sociais, estadual e federal, existem os recursos e devem ser repassados para os mais pobres. Esse trabalho vai ser desenvolvido pela minha mulher (Darci), que tem experiência em trabalhos sociais e serão avaliados a eficiência da aplicação desses recursos.”

Diminuir o nível de desemprego e aumentar a renda da população está entre as preocupações do prefeito eleito, que encara a questão com muito realismo. Ele entende que geração de emprego e renda não se dá por passe de mágica, ainda mais em cidades em que a mão-de-obra não tem alta qualificação, problema crônico que afeta toda a região.

Zé Pedro considera prioridade corrigir essa deficiência profissional dos trabalhadores locais, especialmente nos ramos mais expressivos da economia local, como comércio e atividades agropecuárias. Ele pretende sanar a deficiência com convênio com as instituições profissionalizantes públicas do Sistema S.

Outra ação nesse sentido a ser tomada, segundo o futuro prefeito, será direcionar as compras da prefeitura para o comércio e empresas locais, sempre que possível e dentro sistema legal de compras. “Essa é uma maneira de fortalecer o comércio, a indústria e a prestação de serviços da cidade, que entra em um ciclo, abrindo vagas para trabalhadores e criando renda que fica na cidade”, lembrou Zé Pedro.

Ele pretende também incentivar e apoiar o associativismo entre os produtores rurais para alavancar emprego e renda. “É bem difícil implantar essa cultura do associativismo e cooperativismo, mas vamos propor a discussão sobre isso e apoiar a criação de uma associação para a pasteurização e embalagem de leite, atividade que o município tem tradição, mas que ainda os produtores não se deram conta de que podem aumentar muito a renda do leite colocando o produto, embalado no varejo,”

José Pedro deixou Nipoã em 1966, depois de passar por um curto período no Seminário Diocesano de Rio Preto, no primeiro momento do grande êxodo rural na região em direção a São Paulo e região do ABC. Em Santo André, formou-se em economia e iniciou sua carreira profissional em grandes multinacionais, se aposentando na Ford.

“Quando parei, não me interessei em ganhar dinheiro, resolvi desenvolver trabalho social e decidi me dedicar à política em Nipoã.” Voltou para Nipoã em 2016 e se lançou candidato, não tendo sequer uma chapa de vereador para concorrer. Perdeu a eleição por 200 votos.

De trato educado, mas de manifestação social bastante comedida, Zé Pedro destoa do usual político regional da tapinha nas costas, abraço efusivo, da proximidade do contato, da presença em botequim e festas populares.

Ele não circule de carro pela cidade. É um pedestre convicto, mas quase nunca para em rodinha. O cumprimento usual é um meneio de cabeça ou um formalíssimo bom dia/boa tarde, sem alterar o ritmo da passada. Zé Pedro é mais afeito ao isolamento de sua chácara de meia quadra, tomada por árvores, a alguns quarteirões da prefeitura. Nos quatro últimos anos, alternou estadia em sua residência em Santo André, temporadas maiores lá do que cá.

Não se manifestou como candidato em 2020, recusou convites para ser vice. De surpresa, no prazo final, registrou sua candidatura para disputar com três concorrentes, estando o prefeito atual, José Lourenço, fora da disputada, mas tendo no páreo a favorita Dulce Guimarães, primeira dama em dois mandatos anteriores.

Sem que a última urna tivesse sido aberta, a adversária colocou a comemoração na rua. A última urna totalizada virou o resultado: Zé Pedro foi declarado eleito por 9 votos.


Comments


A Voz Regional © 2020

bottom of page