Vereador quer apuração de responsabilidade e providências para recuperar Rua Brasil
- A Voz Regional
- 17 de mar. de 2020
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Atualizado: 2 de set. de 2020
Asfalto cedeu com rompimento de adutora da Sabesp e Ailto Faria defende “radiografia de toda a rede de água e esgoto”
O vereador Ailto Fria (PV) protocolou requerimento na Câmara solicitando do prefeito Márcio Miguel para que apure responsabilidade sobre incidente em adutora da Companhia de Abastecimento de Água do município, Sabesp, cujo rompimento destruiu um trecho de cem metros da Rua Brasil, a principal via de comércio da cidade. Para ele, a providência adotada pela empresa até aqui, de recuperar a adutora e tapar o buraco no asfalto, não é suficiente.
Ailto defende que a prefeitura determine que a empresa efetue estudos técnicos de engenharia para avaliar a extensão dos danos no subsolo, que proceda avaliação dos riscos para o tráfego de veículos na rua e eventuais danos à estrutura dos imóveis do trecho atingido e eventual indenização dos proprietários.
O vereador vai além, pede que estudos semelhantes sejam feitos em toda a extensão de todas as adutoras da cidade. Ele lembra que não é a primeira vez que rompimento ocorre na adutora da Rua Brasil, com um caso recente, algumas quadras acima do trecho entre as ruas Amador de Paula e Presidente Vargas, rompido na madrugada da sexta-feira da semana passada.
“É muito provável que toda a estrutura da adutora está deteriorada, pois é de ferro e deve estar comprometida, corroída pela ação da terra nesses quarenta e do cloro, que é altamente corrosivo, adicionado na água. As adutoras estão instaladas nas calçadas, por elas passam um volume de água absurdo, de milhões de litros por minutos, imagino, e isso pode muito bem provocar cratera no subsolo capaz de engolir uma casa, um caminhão. A Sabesp é rica, pode indenizar danos materiais, mas a gente tem de pensar que alguém pode morrer numa situação dessa”, argumentou o vereador.
Ailto reconhece a importância da empresa para o município em função da qualidade de água servida para a população e na prestação do serviço de saneamento básico eficiente, mas, segundo ele, ela tem de se ocupar, também, na prevenção de acidentes que podem ser fatais, nos prejuízos materiais que pode causar à propriedade privada e ao patrimônio público e o tanto de transtorno que causa aos moradores com interrupção no fornecimento de água por um dia inteiro e caos no trânsito com os reparos de rede.
Ailto aponta ser a empresa negligente com os investimentos na manutenção da rede. “Essas adutoras e as redes de água e esgoto, de material inapropriado e de tecnologia obsoleta, estão aí enterradas há quarenta anos, recebendo remendos. Já passou da hora de ser substituída. Eu acho que o contrato de renovação da concessão, em 2010, foi lesivo ao município. O prefeito da época e os vereadores erraram ao não incluírem na renovação a substituição desse material. Ao mesmo tempo eu parabenizo a Câmara da época que forçou a inclusão do tratamento do esgoto nos distritos. E mesmo estando obrigada a tratar o esgoto, mais de dez anos depois, só há tratamento em Balduíno. A tarifa de água e esgoto é absurda, a Sabesp retira o dinheiro das famílias todo mês e não retorna nada em investimento”, criticou.
Ailto esclarece não ser economista, mas em conta grosseira, com base no faturamento mensal de hoje, ele estima que em quarenta anos de concessão, a população de Monte Aprazível pagou a Sabesp algo em torno de meio bilhão de reais. “E cadê esse dinheiro se tem lugar no município em que a população se sente como na África, sem rede e tratamento de esgoto?”, indaga o vereador.
Sabesp
Segundo o gerente regional da empresa, Donizete Zioli, o problema foi de fato ocasionado por rompimento da adutora, na madrugada da sexta-feira, com o vazamento iniciando às 4h30 e interrompido às 7h. O reparo foi feito pela empresa e Donizeti descarta a possibilidade de riscos para as moradias e eventual ruptura no asfalto. Ele lembrou que problema semelhante ocorreu no ano passado, na mesma adutora, que também foi reparado pela regional. Donizete admite que é possível a ocorrência de novos eventos desse tipo, que diz ser característico da própria atividade de fornecimento de água.
A gerência informou que está sendo agendada uma vistoria na rede local por técnicos do departamento de engenharia da Superintendência da empresa, de Lins.
Na semana passada, a Câmara aprovou projeto de lei do vereador Lelo Maset que autoriza o consumidor a instalar no hidrômetro de água um equipamento capaz de inibir a presença de ar no encanamento de água que, supostamente, gera uma economia de 35% no valor da conta.
A Voz Regional publicou, na semana passada, reportagem sobre o assunto sem a manifestação da Sabesp, que não chegou à redação em tempo hábil.
Segundo a empresa, de acordo com o Inmetro (instituto de aferição de pesos, medidas, relógios e outros equipamentos aferidores) não existe nenhum dispositivo eliminador/bloqueador de ar aprovado ou autorizado. “Também não há nenhuma norma da ABNT que regulamente esse tipo de aparelho, até mesmo porque eventuais intervenções na rede podem ocasionar contaminações. Na remota hipótese de ocorrer alteração no consumo medido no hidrômetro, o cliente pode solicitar visita técnica da Sabesp para verificação. A Sabesp aguarda sanção do projeto de lei por parte da Prefeitura de Monte Aprazível para tomar as medidas cabíveis”, complementa a nota.
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