A defesa de um mandato polêmico
- A Voz Regional
- 15 de ago. de 2016
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Com pouco mais de três anos e meio do seu mandato concluído, o prefeito de Monte Aprazível, Mauro Pascoalão, PSB, faz uma analise do seu trabalho a frente do executivo, no período indicado por ele como um dos mais tensos e difíceis da história. Mauro acredita que conseguiu administrar a crise e espera colher os frutos, mesmo com algumas dificuldades, nos próximos quatro anos, se vencer, ou ficará a benesse para o próximo que assumir. Mauro lamenta não ter tido desempenho melhor em função das circunstâncias econômicas e dos pagamentos de precatórios trabalhistas que representaram gastos de 4% da arrecadação de cerca de R$ 200 milhões acumulada nos quatro anos, 2,5% mais do que ele admite ter gasto nos eventos festivos que ultrapassaram R$ 3 milhões. O prefeito de Monte alega ter sido prejudicado também pela distorção da sua imagem, por parte de alguns vereadores e também da imprensa de Monte “Tentaram distorcer e muito a imagem, muitas vezes com inverdades, porém tenho a tranqüilidade de que trabalhei e lutei para fazer uma boa administração”.
A Voz Regional: Como é a avaliação nestes quatro anos de seu mandato em Monte Aprazível? Mauro: Avalio de forma positiva, se levarmos em conta todo o cenário desfavorável que tínhamos internamente como grande quantidade de precatórios, INSS, todas estas cobranças e a crise financeira de 2014 e 2015 em todo o país. Mesmo com estas dificuldades conseguimos realizar várias obras, sanamos as contas municipais, aumentamos os repasses para as entidades, então posso falar que ainda falta pouco mais de trinta por cento do que havia planejado, infelizmente, não foi possível fazer tudo.
Como será o discurso de sua campanha? Vamos mostrar para a população que estamos trabalhando com uma nova forma de governar, mais próxima da população, sempre falo com aqueles que vêm até a prefeitura, o que é raro na nossa região, estou todos os dias ao lado dos servidores, esta é uma nova forma de administrar. Vamos, na verdade, dar sequência neste modo mais humano de governar um município com novos valores éticos em prol aos moradores da nossa cidade.
Como se deu a escolha de Hélio Polotto como seu vice na chapa? Nós já tínhamos uma conversa com o Hélio, ele chegou a abrir mão da disputa em favor do Toninho Minuci (vice-prefeito), o Toninho achou melhor não disputar, então temos que respeitar esta decisão pessoal dele, e só depois confirmamos o Hélio, ex vereador, tem uma boa relação com a população, uma pessoa íntegra e que tem muito a agregar paro nosso lado.
Na sua campanha de 2012, o senhor disse que iria governar com o vice Toninho Minuci, porém, ele alegou não ser ouvido. Como será a relação com o Hélio? O Toninho ficou dois meses praticamente sentados ao meu lado, disponibilizamos um gabinete pra ele e designamos alguns serviços como desenvolvimento econômico, trânsito e ele executou todos estes trabalhos muito bem. O Hélio também é uma pessoa altamente competente, experiente e terá um papel importantíssimo na negociação com a câmara municipal e trabalharemos em conjunto.
O senhor alegou que os precatórios trabalhistas prejudicaram a sua administração. Quanto foi pago ao longo dos quatro anos? Tem algo ainda para ser pago? Prejudicou e muito a nossa administração. Ao todo nestes quatro anos deve passar um pouco dos oito milhões de reais, fora o INSS que gera um gasto de aproximadamente quatro milhões e meio. Todo este dinheiro poderia ser investido em benfeitorias no município. A justiça já determinou e todos os pagamentos serão feitos até 2020, ou seja, o próximo mandato, também terá estes pagamentos para cumprir.
A sua administração foi criticada por supostos exageros em gastos com festas como juninão, carnaval e rodeios. Quanto foi gasto com estes eventos? As festas seguem um calendário municipal e trazem inúmeros benefícios além da diversão. Quando tem evento no município, geramos renda para o comércio, aumenta a arrecadação para o município, ou seja, é algo que vai além da diversão. Cada vez mais a população está levando em conta os fatores de qualidade de vida e o lazer proporciona isto. Nos quatro anos, os gastos com festas foram pouco mais de três milhões de reais.
O senhor se elegeu com uma base de dois terços favoráveis na câmara e termina o mandato com a maioria contrária a que se deve esta reviravolta? Nesse tempo teve muita gente, vereadores e outras pessoas, tentando distorcer minha imagem para população. Fecharam as portas do legislativo alegando independência, porém não tem como um poder seja o executivo ou legislativo ou judiciário, governar um município sozinho. Eu deixei as portas abertas, mas dá para contar nos dedos aqueles que vieram aqui. Só fazer indicação, mas não vir sentar e discutir se é possível fazer ou como vamos fazer, fica difícil.
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