A festa de rua, de 1980, que se tornou o maior evento junino da região

O Juninão de Monte Aprazível tem origem em festa caipira organizada por famílias do bairro Jardim Europa

Monte Aprazível se prepara para a edição tradicional de seu Juninão, que será realizado de 8 a 10 de junho no Parque das Águas, hoje grandiosa, começou pelos idos de 1980 com uma conversa entre as vizinhas Maria Aparecida Canesin e Conceição Thomé que contagiaram a vizinhança com a idéia de fazerem uma festa junina no local onde viria a ser construída posteriormente a praça do Jardim Europa. A festa tomou proporções, foi transferida para a praça São João, uma das principais da cidade, e de lá para o Parque das Águas, local oficial de eventos da cidade.

Maria Aparecida Canesin diz que não se lembra o ano, “mas foi no primeiro mandato do padre Viana (José Viana Arrais) como prefeito (1977 a 1982). Não existia a praça e nem tinha iluminação. Durante uma conversa entre eu e a Conceição Thomé vislumbramos que seria legal fazermos uma festa junina no bairro. Conversamos com as vizinhas e elas toparam. Cada um ficou responsável por fazer um prato. A notícia chegou até a prefeitura e o prefeito nos procurou querendo participar. Naquele ano, ajudou com uma iluminação improvisada e com uma fogueira”, lembra.

A festa foi tão boa, que no ano seguinte Canesin conta que a prefeitura se envolveu ainda mais e a comunidade do Jardim Europa começou a participar “e a festa começou a crescer, cresceu tanto que até o pessoal dos sítios e da cidade doavam pipoca, batata doce, amendoim. A prefeitura começou a ajudar com a contratação de conjunto musical e funcionários para fazer as guloseimas e assim prosseguiu a festa sendo realizada durante o primeiro mandato do padre Viana, o primeiro mandato do Wanderley (Sant’Anna) e segundo mandato do padre. Mas chegou um tempo em que cada bairro começou a fazer sua própria festa aí paramos de fazer a nossa, passamos apenas a rezar o terço e fazer uma festa pequena”, conta.

Gilberto dos Santos, um dos membros da comissão organizadora do Juninão, lembra que alguns anos depois durante o segundo mandato do prefeito Wanderley Sant’Anna, ele e membros da comissão do Carnamonte conversaram sobre retomar a festa junina do Jardim Europa, mas resolveram repaginá-la e realizá-la na praça São João com o nome de Juninão de São João numa alusão ao nome da praça. “Foi aí também que tivemos a idéia de montar barracas para as entidades explorarem comercialmente e colocarmos tendas na praça. No começo eram apenas duas noites, sexta e sábado. No primeiro ano, na sexta, foi show com artista da cidade e no sábado com Pedro Bento e Zé da Estrada”.

Ele lembra que no ano seguinte “como a festa foi um sucesso, começamos a fazer a festa em três dias e com mais shows. Foi Divino e Donizete, Mococa e Paraíso e Loureço e Lourival e a festa foi tomando vulto. No terceiro ano, trouxemos Milionário e José Rico e aí percebemos que a praça não comportava mais o Juninão, a festa cresceu demais, era muita gente, a praça ficou pequena para tamanho público e depois de 4 anos de Juninão na praça ele foi transferido para o Parque das Águas, onde é realizado até hoje”.

Orlando Cortopassi Junior, organizador do Juninão, lembra que participou do projeto de construção do Parque das Águas no governo do prefeito Wanderley Sant’Anna. Diz que o local foi idealizado para prática de atividades esportivas e para sediar eventos. “Quando percebemos que a Praça São João estava pequena para o Juninão, tivemos a certeza de que o Parque das Águas era o local adequado para sediar a festa e em 2009 foi o primeiro ano do Juninão no Parque das Águas, onde é realizado até hoje”.

Orlando conta que no primeiro na,o o Juninão foi realizado num espaço de 1,5 mil metros quadrados com barracas que tinham cozinhas com pias e tendas. “No segundo ano, em 2010, ampliamos mais 2 mil metros quadrados porque a festa foi um sucesso e já não cabia mais a população naquela área inicial. Como a festa cresceu muito tivemos que investir em infraestrutura como iluminação e banheiros e o prefeito que sucedeu Wanderley, Mauro Pascoalão, também ampliou a área em cerca de 4 mil metros quadrados e já deixou projeto aprovado para a construção de uma concha acústica”.

O Juninão, segundo Orlando, tem reunido um público de cerca de 20 mil pessoas e se tornou uma das mais tradicionais festas juninas da região.

Este ano a novidade é que haverá um cercamento de segurança no entorno do Parque das Águas e será proibida a entrada de garrafas e caixas térmicas. As bebidas serão vendidas a preços populares e a entrada é gratuita. No total serão 18 barracas que serão exploradas comercialmente por entidades assistenciais ou beneficentes. A prefeitura distribuirá gratuitamente amendoim, pipoca e paçoca.

As mesas para as três noites do Juninão começaram a ser vendidas na próxima segunda-feira, dia 22, a partir das 9 horas no Centro Cultural Ana Maria Ceneviva Berardo ao preço de R$ 50,00.