A rebelião dos novatos em Poloni
- A Voz Regional
- 28 de nov. de 2016
- 2 min de leitura
Eleitos de primeiro mandato em Poloni são as “estrelas” na disputa pela presidência da Câmara
Políticos tradicionais com mais de duas décadas de atuação parlamentar em Poloni, como Benedita Faria (PTB) e João Carlos Lourenção (PTB), ficaram sem cadeira na Câmara, fator que somado a reeleição de apenas três vereadores, Odair Robelo (PSDB), Hemerson Marinoto (PPS) e Vitinho Tostes (PSDB), levou os seis novatos a se animarem com a perspectiva de ocupar a Mesa Diretora do Legislativo.
Numericamente, a hipótese é bastante plausível, mas as peculiariedades da política poloniense e do Regimento Interno da Casa tornam tudo imprevisível. Segundo o Regimento, único na região com regra eleitoral diferenciada, determina que os cargos não sejam votados de maneira isolada. Os vereadores eleitores votam em uma chapa com os cargos de presidente e vice e em outra com primeiro e segundo secretários, o que deixa a composição mais difícil.
O prefeito eleito, Antonio José Passos (PPS), garante não ter interesse no resultado da disputa, mesmo porque, dos nove vereadores, oito são de sua base aliada. Mas, historicamente, eleição em Poloni, até a de Miss Colegial, sofre interferência externa de interesse privado.
“Há muito interesse externo em jogo, dificilmente, os eleitos de primeiro mandato vão resistir às pressões”, sentenciam ao menos 2 experientes conhecedores do Legislativo local que preferem o anonimato.
Independentemente das pressões, os novatos estão disposto a fazer prevalecer o que entendem ser a vontade do eleitor em mudar manifestada nas urnas. O eleitor não só renovou dois terços das cadeiras, como elegeu com votação magistral Zé Carlin (PSD), com o dobro de votos do segundo colocado, Odair Robelo, o Tinga, o vereador decano da Casa, ocupante sucessivo de uma cadeira legislativa desde 1992. Zé Carlin é postulante ao cargo de presidente.
Eleita como a terceira votação, com um discurso ambientalista e protetivo aos animais, Evanededir Pazeto (PRB) também reforça o sentimento de que a presidência deve ser ocupada por um novato. Ela também é candidata.
Mas, não são só os dois que almejam o cargo de maior visibilidade. Os outros novos eleitos Marco Aurélio (DEM), Luiz Henrique (PRB) e Andreia Fachin (PMDB) embarcam na onda mudancista. Apenas Ronan Noal (PSB), o único oposicionista, por situação óbvia, não sonha em dirigir os trabalhos da Casa.
O atual presidente, Vitinho Tostes, considera legítima a pretensão dos novatos, mas pondera que a “experiência leva a porto seguro.” Ele cita que a além do conhecimento dos ritos legislativos, tem construídas relações políticas com deputados que resultam em benefícios via verbas para o municípios e suas entidades. O discurso da experiência e traquejo políticos também são citados por Hemerson Marinoto e Odair Robelo, os outros pretendentes veteranos.
Assim, mesmo que o cargo venha a ser ocupado por um veterano, serão os novatos as estrelas do processo.
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