Ao “ensacar” fumaça para vender, carvoeiro melhora a imagem negativa da atividade
- A Voz Regional
- 6 de ago. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de set. de 2020
Du do Estado pratica carvoaria sustentável e investe para reduzir a zero os níveis de poluentes no ar
Carlos Eduardo da Silva, o Du do Estado, entrou no ramo da carvoaria meio que por acaso sem digerir bem a imagem de atividade poluidora, praticante de sonegação fiscal, associada à exploração de trabalho infantil e análogo à escravidão que marca o negócio do carvão. Fazia muito sentido a sua bronca aos conceitos negativos, afinal, ele é conhecido também como Du Nova Era, designação que não combina com atitudes comerciais politicamente incorretas e sem responsabilidades sociais.
A Carvão Ouro Preto, de Tanabi, é pioneiro na região a usar tecnologia para a retirada de material poluente em suspensão na fumaça e pretende implementar a técnica para até o final do ano, quando espera eliminar a própria emissão de fumaça. “A nossa produção será totalmente limpa ambientalmente, sem partículas poluentes, sem cheiro e sem a própria fumaça”, garante Du.
Atualmente, pelo processo utilizado, a fumaça continua sendo lançada no ar, mas é retirada dela o material pirolenhoso, liberado na queima da lenha, que causa o mau cheiro, agride o trato respiratório de humanos e animais. Operando em propriedade rural arrendada, no Mangue, a Ouro Preto está sendo transferida para área própria, no Malhador, onde, além da retirada do material pirolenhoso, a fumaça será “queimada”, antes de lançada na atmosfera. “A fumaça é um gás e esse gás ao ser queimado desaparece. É possível (com o sistema) fazer carvão no centro da cidade sem incomodar ninguém.
Ao investir R$ 40 mil no projeto, Du aliou sua consciência ambiental ao lucro. O material pirolenhoso tem valor comercial. O produto tem larga utilização na indústria química, especialmente, como defensivos agrícolas e veterinários, como herbicida, fungicida, repelente, fixador, anti séptico, sais para banhos e até como aditivo de alimentos. Para fazer uso do produto, depois de extraído, ele deve permanecer em repouso por seis meses, período em que as reações químicas que eliminam o alcatrão, substância altamente tóxica e cancerígena, se completam.
Segundo Du, o valor pago pelo litro de material pirolenhoso é estabelecido pela indústria, depois de análise laboratorial que defina sua pureza, concentração e capacidade de fixação e ateste a ausência de alcatrão. O extrato pirolenhoso da Ouro Preto ainda está em processo de decantação não tendo sido analisado ainda, providência que será realizada quando o sistema estiver totalmente implantado na nova área. Mas, Du está ciente dos entraves para a comercialização do material, pela inexistência de fábricas na região que se utilizam do pirolenhoso, fator que diminui a renda com o transporte. Mas, para ele, o ganho ambiental valoriza o seu carvão como produto ecologicamente correto e a imagem de sua empresa.
A Ouro Preto
A empresa de Du tem como diferencial queimar lenha somente de eucalipto. “Eu me recuso a usar lenha doada em troca da derrubada de árvores frutíferas de sítios, árvores ornamentais da cidade, que são matérias primas de baixa de qualidade e produzem muita fumaça e cheiros desagradáveis.”
Foi com essa preocupação ambiental, de qualidade e legal (com o fisco e da madeira certificada), que a Ouro Preto se tornou fornecedora exclusiva de um grande distribuidor regional, para quem vai 95% da produção de quarenta toneladas de carvão de seus 28 fornos. “Com a Ouro Preto como fornecedora, o distribuidor pode colocar na sua embalagem que seu carvão é 100% eucalipto, o que não podia fazer quando tinha diversos fornecedores”, comemora Du.
Du é um pequeno empresário afeito a oportunidades e desafios. Em 2008, ele se aventurou com um supermercado, o Nova Era, no Sítio do Estado, o bairro mais pobre da cidade. Manteve o estabelecimento por quatro anos, trocando-o por uma oficina mecânica, na Vila Tomaz, até 2016. No final do mesmo ano, topou sociedade em uma carvoaria. O sócio passou sua cota quatro meses depois e Du ficou sozinho no negócio.
“Eu pensei em desistir. Só continuei porque todo mundo falava que eu não ia dar conta. “Sozinho no negócio, procurei fazer diferente, me legalizei para poder tirar nota fiscal, contratar funcionário legalmente e decidi produzir carvão só com eucalipto. Deu certo. Dos quatro fornos iniciais e quatro toneladas por semana, hoje são dez fornos e 28 toneladas, sete trabalhadores, contando comigo, sem agredir o meio ambiente e incomodar os vizinhos.”
Quando o eucalipto rareou na região, Du investiu em uma carreta e foi buscar lenha em Minas Gerais. Comprou área própria e até o final do ano estará produzindo carvão ecológico e “ensacando e vendendo fumaça.”
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