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Camargo identifica perda de R$ 4,3 mi na receita da Sta. Casa com atendimento SUS

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 17 de dez. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de set. de 2020

Valores não serão recuperados, mas provedor inicia processo para acabar com buraco nos repasses em 2019

Um descuido nas contas apresentadas na assinatura do convênio com o SUS, em 2015, quando a diretoria da Santa Casa era ligada ao ex-prefeito Mauro Pascoalão (PSB), resultou em perda de receita acima de R$ 4,3 milhões. A falha foi identificada pelo atual provedor, João Roberto Camargo, que está ocupado em convencer o Ministério da Saúde a rever o contrato e elevar o repasse mensal em R$ 121 mil, que representam 60% do valor que o hospital recebe.

“É uma diferença espantosa. A Santa Casa deixou de receber quase R$ 4,5 milhões por puro amadorismo de quem elaborou, em 2015, a planilha de receita e despesa. Foi assim que o patrimônio milionário da Santa Casa foi dilapidado. Os gestores não se importavam com receitas e não se incomodavam com despesas porque tinham o patrimônio para colocar à venda, como a gestão anterior à nossa fez com os últimos terrenos”, protestou Camargo.

Camargo lembrou que assumiu a Santa Casa, em 2017, com uma dívida de quase R$ 4 milhões e em dois anos reduziu o passivo para R$ 1,1 milhão, programado para ser liquidado no ano que vem. “Amortizamos mais de dois terços da dívida, melhorando atendimento, melhorando a estrutura física, com inauguração e mobiliário da ala pediátrica, reforma total das alas masculina e feminina do SUS, melhoramos e humanizamos o atendimento, adquirimos um veículo seminovo, com uma gestão racional de controle de gasto e aumento das receitas. O valor da prestação de serviços das prefeituras, em alguns casos, quintuplicou e uma delas que nunca pagou os três mil contratados, hoje paga R$ 20 mil, que cobro no dia seguinte ao vencimento”, explicou o provedor.

A Santa Casa celebrou um segundo contrato com a prefeitura de Monte Aprazível, se responsabilizando pela contratação de médicos dos postos de saúde e dos oito profissionais do SAMU, Pelo contrato, a Santa Casa terá um ganho líquido mensal de R$ 13 mil. Pelo serviço de Pronto Socorro, a prefeitura paga R$ 245 mil.

Assim que detectou o erro na planilha, elaborada na gestão do ex-prefeito Mauro Pascoalão, Camargo refez os cálculos e os apresentou à Diretoria Regional de Saúde. O órgão regulador das questões de saúde na região checou os dados e reconheceu a exatidão dos números apresentados.

Não há chances de o SUS ressarcir os valores dos últimos três anos, mas segundo Camargo, é possível uma renegociação política e rever os valores. “Vou envolver políticos de todos os partidos, como se diz, vou mover céus e terras, mas vou conseguir essa diferença que é dinheiro para cuidar da saúde da população de Monte Aprazível e das cidades vizinhas das quais somos referências”, bradou Camargo.

A receita total da Santa Casa gira em torno de R$ 504 mil e tem uma despesa em torno de R$ 630 mil. Do SUS, recebe R$ 198 mil e deveria receber R$ 319 mil, diferença que produz o déficit.

Profissionalização

Na terça-feira, a Irmandade da Santa Casa esteve reunida e aprovou a efetivação do cargo de administrador do hospital. Segundo o presidente do Conselho, o empresário Fábio Miguel, o cargo, que existe na estrutura da instituição, vinha sendo ocupado, de forma voluntária, pelo provedor. Fábio explicou que a provedoria tem função política institucional de representatividade junto à sociedade. Já a função de administrador é de gestão de responsabilidades burocráticas, funcionais, administrativas, econômicas e financeiras que requerem dedicação e atuação profissionalizada.

“A função administrativa deve ser profissionalizada e não tem como ser desenvolvida de forma improvisada”, diz Fábio. Diante da constatação da Irmandade da necessidade de um administrador, Camargo foi convidado a assumir.

A diretoria ponderou que com a remuneração possível, de R$ 11 mil líquidos, seria muito difícil a contratação de profissional disponível no mercado e Camargo seria o nome ideal, pelo conhecimento que adquiriu nos dois anos como administrador voluntário e pela forma eficiente que conduziu a gestão do hospital no período.

Camargo explicou que não tinha intenção de permanecer no cargo de provedor que já tinha o colocado à disposição da diretoria há algumas semanas. Na ocasião, Camargo justificou que como estava obrigado a promover funções administrativas, suas atividades profissionais estavam sendo prejudicadas, afetando seu orçamento doméstico e pessoal, já que suas despesas, com dois filhos cursando faculdade fora, são elevadas.

“Decidi permanecer à frente da Santa Casa porque nenhum membro aceitou os cargos, mesmo com remuneração. E nem pretendo fazer carreira como administrador hospitalar. Permaneço apenas por mais dois anos, até o término do mandato, em 2020, quando retomo os negócios pessoais”, concluiu ele.

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