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Com retorno previsto para dia 1, pais e professores resistem às aulas presenciais

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 20 de jan. de 2021
  • 3 min de leitura

Posição choca com Unicef, médicos, educadores e Secretaria da Educação, que defendem a volta às salas


Educadores brasileiros e a própria Organização das Nações Unidas, através de seu braço educacional Unicef admitem que as crianças não podem mais ficar sem escola. Mas professores e mães de alunos se dividem quanto ao retorno às aulas sem a vacina previsto para acontecer no dia primeiro de fevereiro.

Pedro Poloto, assessor de Educação de Monte Aprazível, diz que a decisão de retorno ou não das aulas será de acordo com a questão epidemiológica de cada município e que sua opinião, como educador, é pelo retorno presencial das aulas “seguindo os devidos critérios sanitários”.

Ele diz que “há muita coisa para planejar. No entanto, a prefeitura junto com o Departamento Municipal de Educação vem se preparando para volta às aulas desde o ano passado. O retorno deverá ser pensado de forma cautelosa e bem planejada com recomendações criteriosas embasadas em evidências e recomendações das autoridades sanitárias, por isso, o departamento vem elaborando um documento chamado Protocolo de Retorno às Aulas Presenciais junto com a Comissão Municipal de Gerenciamento da Pandemia da Covid-19. Este protocolo será baseado em cinco eixos que são distanciamento social, higienização, comunicação, monitoramento e controle”.

Ele diz que para o retorno, além de todos os protocolos necessários, terá também um período de acolhimento dos alunos e demais integrantes da equipe escolar, com atenção à saúde emocional de todos e orientações sobre as regras de distanciamento, “pois estamos pensando em uma retomada das atividades presenciais com segurança e respeito à vida”.

Vânia de Almeida Leal, diretora do colégio Dom Bosco de Monte Aprazível, diz concordar com a volta às aulas. “É muito tempo sem aulas presenciais, a interação social e a aquisição de conhecimento novo pressupõem reflexão, debates, trocas, enfim, o ambiente escolar é muito importante para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional de nossos alunos. Acredito também que esse plano de retomada deve ser organizado de acordo com os protocolos de biossegurança, conscientização de toda comunidade escolar a respeito dos cuidados e seguindo as orientações governamentais”.

Ela diz que no colégio Dom Bosco estão se organizando de acordo com os protocolos de biossegurança para receber, com segurança os alunos.


Insegurança

A professora Érica Regina Ferrari acredita que as escolas não estão preparadas para receber os alunos presencialmente. “São muitas as modificações a serem feitas. Principalmente nas Cemeis. Escolas de Educação Infantil devem ser totalmente preparadas para as adequações necessárias. Crianças pequenas estão sempre e em total contato umas com as outras. E isso causa muita preocupação, além da hora da atividade, hora higiene hora de escovar os dentes, hora do almoço. Na Educação Infantil existe aglomeração naturalmente. Alunos e professores estão em constante contato. Um contato que passa despercebido. Você esquece um minuto e esse um minuto pode te custar a vida”.

Ela diz que “o passar álcool a todo momento, esfregar na boca, esfregar na mão, no olho, joga no colega. É muito complicado. E não são só as crianças. Existe toda uma equipe dentro da escola, exposta a tudo, assim como as crianças. Foi encontrado muito mais presença do vírus entre crianças do que entre adultos, porque estão sempre gripados, tossem e espirram a todo momento”.

Érica não se sente segura de voltar a dar aulas sem a vacina. “Vamos ser realistas. Primeiro porque sou do grupo de risco. E segundo, querendo ou não a vacina é a única chance para o controle do vírus, e não estamos falando apenas da segurança dos professores, que estarão em risco com a volta às aulas, sem a vacinação, nossas crianças também correm riscos. A vontade de voltar é grande, mas se a volta às aulas é tão importante, porque não priorizar os professores e os funcionários das escolas? A vacina é a chance de um futuro sem medo, não só de quem está na linha de frente, mas também de quem está por trás das câmeras ensinando, pois sem professores não existe futuro”.

A professora Lucila Pinati Soubhia Zioli também acredita que as escolas não estejam totalmente preparadas para o retorno das aulas presenciais. “São uma série de fatores. É preciso adequar o momento da merenda escolar, a atividade física, higienização dos espaços tanto dentro como fora da sala de aula, transporte escolar. Isso tudo tem que ser visto porque criança não fica com máscara o tempo todo no rosto e eu não me sinto preparada para voltar as aulas presenciais sem vacina porque tenho comorbidades. Mas não devemos apenas pensar no professor, mas sim em toda a comunidade escolar”, diz.


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