Ex-alunos do Internato Dom Bosco se encontram para homenagear Padre Nunes
- A Voz Regional
- 10 de jul. de 2017
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Evento será realizado em Monte Aprazível, no dias 14 e 15, e servirá para lembrar os 32 anos da morte do educador pioneiro e para relembrar a infância vivida pelos estudantes no colégio
Mais uma vez os ex-alunos do ginásio Dom Bosco de Monte Aprazível se reúnem para homenagear o seu fundador Padre José Nunes Dias, cuja morte completou 32 anos ontem. No ano passado o encontro ocorreu em Coxim, no Mato Grosso, e nos dias 14 e 15 próximos será em Monte Aprazível.
O encontro deve reunir cerca de cem pessoas entre ex-alunos e familiares, residentes em várias localidades do país, como cidades do Mato Grosso, sul de Minas Gerais, sul de Goiás, Brasília, Rio de Janeiro, Paraná e Rondonia, além de diversas cidades do estado de São Paulo, além de Monte Aprazível.
O encontro de ex-alunos de ginasial é fato raro, segundo o diretor da faculdade Dom Bosco, Vanderlei Pereira. “Mas a ligação entre eles é tão grande que até hoje eles mantém contato entre si, tanto os alunos internos como os externos, da cidade e isso é muito gratificante”, comenta.
O encontro, segundo ele, além de ser uma oportunidade dos ex-alunos matarem a saudade que sentem de si e do ginásio Dom Bosco, “também é em homenagem ao seu emérito fundador Padre José Nunes Dias.
Monte Aprazível deve muito ao padre Nunes, segundo Vanderlei. “Daqui até a barranca do rio Paraná, o ginásio Bom Bosco foi a escola pioneira, o que contribuiu muito para o nível educacional e cultural de toda a região. O ginásio Dom Bosco movimentava a economia da cidade. Revendo a história de Monte Aprazível pode-se verificar a cidade antes e depois do Dom Bosco. Quantos alunos daqui obtiveram por esse Brasil afora muito sucesso, temos ex-alunos de expressão no serviço público e privado e na política. O padre Nunes foi fundamental para eles com a iniciativa de criar o colégio, assim como foi fundamental também para o desenvolvimento de Monte Aprazível”, enfatiza.
Luiz Carlos Canheo, amigo pessoal de padre Nunes e prestador de serviço do ginásio Dom Bosco, diz que Monte Aprazível se tornou conhecida depois da instalação do ginásio Dom Bosco em regime de internato, “devido ao grande número de alunos que vinham de diversos estados em razão de naquela época não ser comum escolas ginasiais e nem primárias em longínquas cidades”.
Ele diz que em razão da instalação do ginásio “para cá vieram excelentes professores e Monte Aprazível começou a ter expansão inclusive comercial, porque o ginásio movimentava a economia da cidade em todos os setores”.
Padre Nunes, ainda segundo Canheo, despertou o interesse de pessoas, inclusive de Monte Aprazível, em estudar “e toda a experiência dele, que estudou na Itália e na França e catequizou índios o ajudou na condução do ginásio, que era impecável”.
Cidade Estudantil
Vanderlei Pereira diz que graças ao padre Nunes Monte Aprazível se tornou uma cidade estudantil, “hoje temos a faculdade, o colégio técnico agrícola e escolas públicas e particulares, tudo reflexo do Padre Nunes. O nível intelectual da população aprazivelense está numa média muito boa para municípios do porte de Monte Aprazível, também reflexo do ginásio e do colégio e faculdade Dom Bosco, que continua ativo até hoje. O padre Nunes teve suma importância no desenvolvimento sócio-cultural da cidade”, enfatiza.
Luiz Carlos Canheo concorda. “Monte Aprazível passou a ser referência de cidade educacional depois da instalação do ginásio Dom Bosco, tanto que ex-alunos que venceram na vida e se tornaram expoentes em suas profissões fazem questão de visitar a cidade e o colégio até hoje. Além disso, a população teve e tem até hoje a oportunidade de estudar graças à iniciativa do padre Nunes em criar o ginásio Dom Bosco”.
Mandatário Máximo
Antes de ser transformado em Sociedade Civil de Ensino, em 1970, hoje Associação Civil de Ensino, o mandatário máximo do ginásio Dom Bosco era Padre Nunes, “ele que administrava a escola e suas finanças – conta Vanderlei”, lembrando que naquela época o pagamento do curso era feito em duas vezes “eram semestralidades pagas em março e em agosto”, diz.
Canheo ratifica que o padre tinha o controle absoluto da escola, “inclusive o financeiro. Mas ele era rigoroso com tudo. Uma vez internado, toda a despesa com o aluno era bancada pelo colégio, desde médico, medicamentos, tratamento dentário para que depois as famílias fizessem o repasse dos gastos junto com o pagamento do curso, que em alguns casos se davam 2 a 3 anos depois”.
O padre conseguiu dinheiro para levantar o ginásio, através de contribuições. O padre, segundo Vanderlei, era um empreendedor de muita coragem, “na época chegou aqui sem nada, só com muita vontade e encontrou muitos colaboradores, lideranças locais da época”.
Canheo conta que “o padre passou primeiro por Lins, onde já tinha alguma coisa, mas aqui ele foi ajudado por alguns colaboradores abastados que tinham interesse em ver o ginásio funcionando”.
A Paixão
Além da paixão pelo ginásio, padre Nunes alimentava outra: a pescaria. Vandelei lembra que ele adorava pescar com amigos, “mas só se fosse com amigos, sozinho ele não ia. Tanto que ele programava o ano inteiro suas pescarias e punha todos os recursos de logística a disposição dela. Ele programava 2 a 3 pescarias por ano, mas fazia de tal forma que elas coincidissem com compromisso religiosos que ele tinha assumido em Coxim”.
“Ele tinha paixão pela pesca, tanto que muitas vezes ele acabava de sair do hospital onde ficava internado em razão de crises de bronquite asmática que tinha, e nem assim interrompia os compromissos com o grupo de pesca. Na época, ele foi um pescador admirado por outros em razão de sua organização e tralha de pesca. Ele possuía tudo e colocava tudo a disposição da pescaria, desde o caminhão F-4000 até a Veraneio que tinha. Ele tinha companheiros de pesca de Votuporanga e Catanduva que iam para o Pantanal e Coxim com ele, onde o padre tinha fazendas”.
Canheo lembra ainda que padre Nunes era noveleiro. “Ele gostava de assistir novelas e ao jornal Nacional e não gostava de ser importunado nesses horários”.
Encontro
O encontro GDB (Ginásio Dom Bosco) será realizado nos dias 14 e 15 próximos. A programação prevê recepção aos ex-alunos às 16 horas do dia 16 e em seguida visita as dependências do ginásio. Às 19 horas está programado um coquetel no Centro do Professorado Paulista.
No sábado, dia 15, a programação começa as 8h30 com missa na capela Dom Bosco, seguida de visita às dependências do ginásio e às 12 horas almoço que será servido no Centro do Professorado Paulista. As 19h30 os ex-alunos se reunirão em algum local, tipo restaurante ou pizzaria para jogar conversa fora. Ex-alunos interessados em participar do encontro devem depositar R$ 150,00 por pessoa na conta corrente 2153-9 na agência do Banco do Brasil número 6904-3 ou conta corrente 01009625-8, na agência do banco Santander número 0292 em nome da titular Valdenice Roveri Boga.
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