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Famílias em situação de pobreza aumentam em 164% em Monte Aprazível, em 10 anos

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 21 de ago. de 2017
  • 3 min de leitura

Dados de julho do Cadastro Único apontam para uma “explosão” da pobreza, com mais de 2,2 mil família em situação vulnerável; salto se deu a partir de 2016, segundo assistente social


A demanda por atendimento social tem aumentado em razão da crise econômica e do índice de desempregados no país. O desemprego atingiu mais de 14,2 milhões, que somados aos subempregados são 26,3 milhões de brasileiros, representando 1 em 4 trabalhador ativo, a maior taxa desde que os números passaram a ser medidos, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística). O resultado desse cenário é a queda na renda das famílias, que acabam recorrendo à assistência social dos municípios.

A assistente social Luciana Martins Trídico, Assessora de Gestão de Políticas Públicas da Prefeitura de Monte Aprazível, diz que a demanda por serviços sociais do município vem aumentando não só com relação aos auxílios eventuais, mas também nos benefícios de transferência de renda do governo federal, tais como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada para idosos com mais de 65 anos e deficientes, e do governo estadual, como o projeto Renda Cidadão, Ação Jovem e Viva Leite para crianças de 6 meses a 5 anos. Os pedidos mais comuns, segundo ela, são cestas básicas e inclusão no Bolsa Família.

Luciana diz que nem todos os pedidos são passíveis de atendimento. “O Departamento Municipal de Assistência Social possui cadastro de famílias que vem por demanda espontânea ou encaminhada pelo CRAS, CREAS e diversos setores e segmentos da comunidade. Trabalhamos com auxílios eventuais, como cestas básicas, que temos uma cota de 200 cestas por mês, e auxílio funeral. Mas pessoas também procuram muito auxílio para pagamento de contas de água e energia elétrica, auxílios estes que não são permitidos”, explica.

A Assistência Social do município, de acordo com Luciana, prioriza pessoas desempregadas com idosos, crianças e pessoas doentes na composição familiar e quando necessário “encaminhamos para os serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, como o CRAS e outras entidades. Com relação aos programas federal e estadual, é utilizado o Cad Único, que elenca uma renda per capta para a inclusão da família”. Quando a assistência social do município não tem como resolver o caso, Luciana diz que é articulada a rede social do município.

Segundo ela, em 2010, a estimativa de famílias pobres, de acordo com o Censo de 2010, era de 422 para receber o Bolsa Família, totalizando 1.026 perfis de baixa renda apontado pelo Cad Único. Dados atuais do programa, “precisamente de julho de 2017”, mostram um total de 2.243 famílias inscritas no Cad Único, sendo que 905 delas possuem renda per capta familiar de até R$ 85,00, 283 com renda per capta entre R$ 95,01 e R$ 170,00, 589 com renda per capta entre R$ 170,01 e meio salário mínimo e 466 com renda per capta de meio salário mínimo. “O programa beneficiou no último mês 696 famílias, representando uma cobertura de 164,9% da estimativa de famílias pobres do município incluídas no Cad Único”. As famílias receberam um valor médio de R$ 195,77. O Cad Único incluiu o Bolsa Família, com crianças em idade escolar, e aquelas sem direito ao benefício.

Luciana conta que a situação ficou mais dramática a partir do segundo semestre do ano passado, quando, em agosto de 2016, 559 famílias estavam recebendo o Bolsa Família, número que veio aumentando mês a mês até julho desse ano com os 696 benefícios. “Dentro desse universo ocorreu alguns desligamentos, mas a entrada de beneficiários foi maior”, destaca.

Para pleitear o Bolsa Família, a assistente social, explica que o interessado precisa agendar uma entrevista e no dia apresentar documentos dos familiares. “Após a entrevista os dados são lançados no sistema e a inclusão é feita pelo próprio programa. As pessoas cadastradas, recebendo ou não o benefício, precisam fazer o recadastramento todo ano. Aproveito a oportunidade para informar que os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) idoso terão até dezembro desse ano para se cadastrarem ou recadastrarem no Cad Único, após esse mês o governo suspenderá o benefício. Assim como também os beneficiários do BPC deficiente, que terão até dezembro de 2018 para inclusão. Para isto, basta procurar o CRAS ou o setor Cad Único”.

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