Infarto impede Ernesto Peresi de voltar à Câmara de Vereador
- A Voz Regional
- 30 de set. de 2020
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A política de Monte Aprazível perdeu Ernesto Peresi Filho, militante que nos últimos 30 anos participou de todas as eleições como candidato ou liderança partidária sem ter sequer um único desafeto entre seus adversários, conforme observação insuspeita do ex-prefeito e historiador Luiz Carlos Canheo, que o derrotou nas urnas em 2000.
Brincalhão, piadista e espirituoso, características herdadas do pai Bem Bem, era impossível se chatear ou brigar com Ernesto mesmo nos acirrados momentos eleitorais. Esse mesmo comportamento ele cultuava em casa, como relata a viúva Jaqueline.
Ernesto disputou duas eleições para vereador. Foi eleito em 1.992 e reeleito com votação histórica em 1996, mas não exerceu o cargo, assumindo a secretaria da saúde, na gestão de Tais Sant’Anna, caro que já tinha ocupado na gestão do marido dela, Wanderley, de 89 a 92.
Ernesto disputou a eleição de para prefeito de 2000, depois que candidata titular, Taís, renunciou no meio da campanha.
Tão ativo como na vida pública Ernesto era em casa. Jaqueline, a viúva, conta que conheceu Ernesto em 1.982 na faculdade de Farmácia e Bioquímica, onde se formaram na mesma turma em 1.984. Em 18 de setembro de 1.987 se casaram e tiveram uma filha: Michelle. Desde que constituiu família Ernesto passou, segundo Jaqueline, a ser o provedor. “Adivinhava nossas necessidades. Não precisava falar. Ele enchia nossa casa de alegria, de boas energias e de amor”.
Humilde, Ernesto dispensava o mesmo tratamento às pessoas, respeitoso e com consideração, independente de classe social e de ocupação. Tinha um histórico de ajudar as pessoas. “Se ele não tinha como ajudar buscava meios, encaminhava a pessoas de modo que ela fosse ajudada. Ele era um homem bom que entrou para a política e não o contrário”, diz Jaqueline.
Ela conta que Ernesto estava ansioso para disputar a eleição para vereador neste pleito, mas que ele sempre encarava as campanhas com alegria, ótimas expectativas e com confiança. A história de militância política, excelente marido e pai exemplar foi encerrada por um infarto fulminante no dia 17, quando eles completariam 33 anos de casados.
Simpatia
O ex-prefeito e historiador Luiz Carlos Canheo diz que Ernesto despertava simpatia. “Era incapaz de despertar raiva em alguém. Por diversas vezes estivemos em lados diferentes na política, inclusive eu o derrotei na campanha de 2.000, mas nunca perdemos a amizade. Ele estava sempre disposto a ajudar nas campanhas do Rotary e nas quermesses. Era uma pessoa que participava em diversos setores da cidade. Ele estava sempre alegre, era brincalhão como o pai Bem Bem, gostava de contar historinhas de pegadinhas. Não tinha preguiça, estava sempre disposto a ajudar as pessoas”.
A ex-prefeita Taís Sant’Anna diz que Ernesto era um amigo de mais de 30 anos. “Eu o queria muito bem. Fiquei arrasada e muito triste com a morte precoce dele. Ele foi nosso companheiro a vida inteira.”
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