Montoro vai sangrar população em R$ 20 milhões, com coleta de lixo
- A Voz Regional
- 22 de out. de 2017
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População paga por serviço que é caro e contratado sem transparência; município é único a ter coleta terceirizada
Monte Aprazível tem a coleta de lixo mais cara da região. Somente nos nove meses deste ano, foram empenhados R$ 3,4 milhões que devem custear o serviço até dezembro apenas, apesar do aditivo feito em abril só terminar em abril de 2018. O valor, conforme determinado por decisão do Supremo Tribunal Federal, no ano passado, deve ser rateado pelos contribuintes. Feito o rateio, cada uma das cerca de 10 mil moradias do município vai desembolsar algo em torno R$ 350,00 pelo serviço.
Com base no valor gasto somente nos nove meses do ano, e considerando os reajustes anuais, nos 4 anos de mandato, o prefeito Nelson Montoro terá sangrado as famílias monte-aprazivelense cerca de R$ 20 milhões. Nos últimos cinco anos, o serviço de coleta de lixo teve um aumento de mais de 300%, diante de uma inflação acumulada de pouco mais de 30%.
Em 2013, o prefeito Mauro Paschoalão pagou R$ 1.195.168,74, dobrando o valor para o ano seguinte para R$ 2.440;971,70. Em 2014, o serviço custou R$ 2.701.597.70 para ser elevado para R$ 3.152.863,57 e este ano, com Nelson Montoro vai elevar a conta para algo superior a R$ 3,5 milhões.
A terceirização do serviço foi criada na gestão de Wanderley Sant”Anna e os aumentos escandalosos se deram na gestão de mauro Pascoalão, com base em deslavada mentira. O contrato de coleta foi ampliado com o transbordo do lixo para um depósito licenciado em Onda Verde. À época alegou-se que o lixo só poderia ser depositado em aterro sanitário que teria custo de construção de R$ 5 milhões. De lá até agora terão sido gastos R$ 15 milhões e o município não tem aterro.
Na realidade, o custo de um aterro sanitário simples, como é feito em todos os municípios da região, com abertura de vala e aterramento, o único custo é da área, algo em torno de R$ 200 mil para um espaço de 2 alqueires, próximo à cidade e com vida útil em torno de 10 anos.
O aumento anual absurdo fica mais absurdo ao se observar que em 2013 não existia coleta seletiva. Hoje, são catadores individuais de material reciclável, uma empresa e uma associação responsável pela coleta seletiva que retira do lixo comum dezenas de milhares de toneladas, e o volume de lixo, que é pago por peso, recolhido pela Constroeste não diminui.
Na última sessão da Câmara, o vereador Gilberto dos Santos, através de requerimento, solicitou do prefeito informações sobre o contrato do lixo e do controle do volume e peso da coleta. Os vereadores aguardam a resposta e, a depender dela, podem propor a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito para investigar o assunto.
Em maio, o Tribunal de Contas do Estado se manifestou pela irregularidade da inexistência de licitação, cujo contrato vem sendo aditado desde 2011. Já foram 13 aditivos, dois deles somente na administração de Nelson Montoro. Para o vereador Gilberto dos Santos é uma situação totalmente irregular, ilegal e a falta de transparência é inadmissível. “Essa conta é repassada para o contribuinte, é ele quem paga e não indiretamente, é direto, especificada em taxa exclusiva de serviço”, contesta Gilberto.
Segundo Gilberto, a partir do ano que vem, os consumidores mais pobres vão sentir o impacto do rateio da taxa de lixo no IPTU. Ele explicou que a taxa era diluída proporcionalmente com base no imposto predial e partir de 2017, com decisão do STF, vai ser rateada entre todas as propriedade, gerando um mesmo valor para todos.
Procurado, o prefeito Nelson Montoro não retornou o pedido de entrevista.
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