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Perda é 15% da cana a colher e estiagem compromete a safra do ano que vem

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 15 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

Negócios com adubos estão paralisados e o preço de ração para gado subiu 80% em três meses


A seca prolongada tem prejudicado os canaviais que estão queimados pelo sol e secando, comprometendo a produtividade em perdas que podem chegar até 15% nas áreas que ainda restam colher nesta safra. A safra 2021/2022 já preocupa, pois o desenvolvimento da soqueira está atrasado em função da estiagem. A informação é do gerente executivo da Aplacana, Júlio Cesar Moreira da Silva.

A estiagem, segundo Júlio, sacrifica os canaviais e atrasa o desenvolvimento da cana, em muitas áreas ocorre morte da soqueira e se intensifica o ataque de pragas. Ele alerta também para os incêndios em área já colhidas, que trazem perdas irreversíveis para a safra futura.

De acordo com Júlio, a perda estimada nas áreas de meio para final de safra é de 15%. Para a safra seguinte é preocupante, pois “a expectativa de que não haverá cana no ponto para iniciar a moagem na época pretendida para o início da safra em abril. Ainda é prematuro dizer, mas se a estiagem se estender provavelmente teremos redução significativa na produção da safra futura de 2021/2022”. E esse problema, segundo ele, não é só do Brasil, outros países também estão sendo afetados pela seca e esses fatores podem contribuir para o aumento dos preços do açúcar na safra futura.

Outras culturas como milho, soja e amendoim também estão sofrendo com a estiagem. Julio diz que “nesse período de outubro já era para estarmos realizando o plantio de grãos, porém, com a escassez das chuvas ainda não foi possível realizar o preparo do solo. Esses atrasos podem trazer redução na produtividade final”.

A estiagem prolongada afetou também a venda de adubos e insumos. Pedro Antônio Maset Junior, da Agro São Pedro, diz que as vendas “não estão muito animadas. Estão acontecendo algumas vendas, mas não no ritmo que seria normal nessa época. Tem clientes que gostam de antecipar suas compras, mas tem outros que até chover não se anima muito”.

Os preços dos adubos e insumos estão aumentando em função do dólar e das commodities estarem com preços bons. “O dólar está puxando o preço para cima e está assim também em razão da crescente procura por milho, soja. Uma pequena parte de produtores pode deixar de plantar por causa dos altos custos, mas outros produtores animam por causa dos bons preços dos produtos”.

Matheus José Vale, da AgroValle Nutrição Animal, diz que a venda de ração aumentou em cerca de 50% nos últimos três meses. O preço da ração também aumentou em cerca de 80% em comparação com o preço praticado no mesmo período do ano passado, mesmo percentual que aumentou a matéria prima como milho, soja, algodão e trigo.


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