Produtores debatem com a Polícia Militar a segurança da zona rural

O comando do Batalhão da Polícia Militar de Rio Preto designou o major Perini e o capitão Pisani, comandante do Destacamento de Monte Aprazível, a pedido dos diretores do Sindicato Rural, Diogo Arruda e Agnelo Zagato para debater com os produtores rurais os roubos e furtos recorrentes em propriedades rurais. Dos 10 produtores presentes, todos já foram vítimas de ações de ladrões.

O prefeito eleito Nelson Montoro (PSD), presente ao encontro, adiantou que manteve contatos com deputados de seu partido e que em janeiro vai pleitear junto ao ministro de Ciências e Tecnologia, recursos para a implantação de um projeto de monitoramento na área urbana. “Esse projeto que pretendo implantar é par a área urbana, precisamos de um projeto para as propriedades rurais e vamos pensar em algo específico para não deixar as áreas rurais desprotegidas.”

Montoro questionou os oficiais sobre o número reduzido de policiais, em torno de 15 apenas, em regime de trabalho de 24 horas por 48 horas. Os oficiais reconheceram que o efetivo é muito pequeno e que para cobrir toda a área rural foi estabelecido que União Paulista cobre a área de Junqueira e Poloni a do Carvoeiro e Itaiúba.

Os oficiais Perini e Pisani apontaram  como dificuldade extra a dos agentes localizarem as propriedades, pois nem sempre os soldados são da região.

O problema de localização, segundo Diogo e Agnelo pode ser contornado com o Cadastro Ambiental Rural, que na área abrangida pelo Sindicato é de quase 100%. O Cadastro é um levantamento digital de todas as propriedades com suas respectivas coordenadas de localização, edificações, rios e lavouras. Os oficiais demonstraram interesse na possibilidade de utilização do CAR.

O major Perini, apesar das circunstâncias e dificuldades, insistiu com os produtores para que não deixem de registrar a ocorrência, segundo ele, fundamental para o trabalho estratégico e de inteligência da polícia. “O registro das ocorrências é importante, porque é através dele que identificamos o tipo mais comuns das ocorrência, os locais mais frequentes, a forma da ocorrência e esses números estatísticos facilitam as nossas ações e podem até ajudar na identificação dos autores.”

A PM sugeriu também que os produtores criem a vizinhança solidária em que os produtores ficam atentos na movimentação nas propriedades vizinhas e na presença de estranhos.

Números 

Segundo o capitão Pisani, nos noves meses do ano foram praticadas em Monte Aprazível, entre roubos e furtos de gado, tratores e residências, 12 ocorrências, 14 em Nipoã e 6 em Poloni.

A experiência relatada pelo produtor Hermínio Lourenção, apesar de parecer inusitada, revela muito da insegurança vivida no campo. Ele nem sabe precisar quantas vezes foi vítima de furto, nos últimos 10 anos, mas calcula algo em torno de 10, uma média de 1 por ano. Em alguns conseguiu recuperar seus animais, mas explica que teve sucesso porque investigou por conta própria. Com tantas vezes vítima, Lourenção diz ter desenvolvido senso de policial e graças a ele, evitou o furto de 22 animais. “Eu percebi movimentação estranha na estrada, por volta da 16 horas, fui para a cidade, chamei uns amigos e voltei para o sítio, eles já tinha fechado o gado e esperavam o caminhão, que logo chegou. Acabamos prendendo quatro dos cinco, incluindo o motorista do caminhão”, contou Lourenção.