Renovações no legislativo

Somente oito vereadores, dos vinte candidatos a reeleição, vão  continuar nas câmaras de Monte Aprazível, Nhandeara e Tanabi, na próxima legislatura. As eleições do último dia 2 de outubro, fizeram com que mais da metade dos candidatos que estavam no Legislativo não conseguisse manter a cadeira por mais quatro anos.

Segundo os vereadores ouvidos pela A Voz RegionaL, o resultado das urnas é reflexo do momento político brasileiro, o qual a população está mais atenta aos assuntos ligados a política e luta por renovações. O índice de prefeitos reeleitos, ou que o atual prefeito apoiou determinado candidato, também foi abaixo de outros pleitos. Na região de Rio Preto, apenas 3 prefeitos foram reeleitos por mais quatro anos.

Dos cinco vereadores que tentavam reeleição em Monte Aprazível, somente Gilberto dos Santos (PDT), conseguiu renovar o seu período no Legislativo. Ele acredita que a renovação faça parte do novo momento da política brasileira. “Hoje, a população está mais politizada, atenta ao que acontece no município e procurando mais o vereador pra cobrar as soluções do problema do bairro, isto faz o vereador trabalhar mais e quem não consegue acompanhar este ritmo acaba perdendo a base eleitoral.”

Sobre a baixa taxa de reeleição em Monte Aprazível, o vereador mais votado em 2016, com 658 votos, acredita que a relação entre Executivo e Legislativo também influenciou no momento do voto. “A população esperava um pouco mais nestes quatro anos, mas como não teve uma boa composição entre Executivo e Legislativo, estiveram distante praticamente todo este período, fez com que o eleitor desejasse ainda mais mudanças”.

Em Nhandeara, o atual presidente da câmara, José Antonio (PSB),  juntamente com Silas Marcelino (PV) e Antonio Marcos Rodrigues, o Batata (PR), foram os três que conseguiram uma vaga por mais quatro anos. Segundo José Antonio, o cenário da política nacional teve influencia nos municípios. “O eleitor deseja mesmo ter novos horizontes, uma reformulação e isto começa no município, por este motivo nós não tivemos muitas reeleições”.

Ele ainda comenta: “O eleitor realmente fez uma peneira, quem mais se destacou conseguiu manter uma vaga, pois muitos não tiveram tempo hábil para percorrer toda cidade, então muitos votos foram por conta do trabalho prestado.”

Em Tanabi, onde são 11 vagas na câmara, apenas quatro vereadores conseguiram renovar a sua permanência. Fabricio Missena (PP} foi um dos reeleitos e teve a maior quantidade de votos, 798. Para ele, a baixa taxa de reeleição se deve ao desgaste da imagem daqueles que já estavam no cargo. “Por conta deste desgaste de estar muito tempo no cargo, o eleitor não deu mais o voto de confiança para aquele que se distancia da comunidade por quatro anos e depois volta pra pedir apoio.”

Ainda de acordo com o vereador, quem se acomodou não conseguiu se reeleger. “Acredito realmente que a população está procurando renovação, sem aquele voto de piedade.” Missena afirma ainda que os ciclos tanto no Legislativo quanto no Executivo são naturais: “Aqui em Tanabi nós também tivemos uma alternância no Executivo e isto vai fazer com que os vereadores antes oposição saibm se portar como situação, este ciclo é natural na política.”

De acordo com Dorival Rossi (PSD), atual presidente da câmara, o eleitor esteve mais politizado nesse pleito. “Percebi que a população estava de certa forma mais atenta aos acontecimentos da política e prestou atenção naqueles que trabalharam e mereceram mais uma oportunidade no cargo.” Rossi acredita que esta seja a tendência para os próximos anos. “Por tudo o o vem acontecendo no país, não existe mais o eleitor desinformado, todos estão atentos e isto vai fazer o  candidato se transformar também, isto é bom para o país e para os municipios”.

Sobre o futuro

Eleitos com grandes quantidades de votos, Gilberto dos Santos, em Monte Aprazível, e Fabricio Missena, em Tanabi, não descartam a possibilidade de nas próximas eleições serem candidatos ao Executivo. Ambos na segunda passagem pelo Legislativo acreditam que saem fortalecidos da última campanha

“É algo que já penso sim, por conta do meu trabalho como vereador e pela quantidade de votos que tive nessa, me fortalecem para alçar uma disputa maior daqui quatro anos”, acredita Missena. Ainda de acordo com o vereador, o papel que desempenhará pelos próximos anos também poderá ser determinante para suas futuras eleições. “Desta vez terei a oportunidade de reestruturar um grupo que passa a ser oposição, sou um nome novo e posso substituir o pessoal que já está há um bom tempo na política, é algo que não descarto”.

Para Gilberto dos Santos, a resposta das urnas também o motivaram a pensar em novos cargos. “É algo que penso com muita clareza, já tenho uma base eleitoral forte, para se ter ideia tive votos em todas as urnas e também nos distritos, então não descarto esta possibilidade”.