Seguindo a própria consciência
- A Voz Regional
- 15 de ago. de 2016
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Em entrevista exclusiva a A Voz Regional, a prefeita Bel Repizo, de Tanabi, declarou apoio ao candidato do PC do B, José Francisco de Mattos Neto, não seguindo a decisão de seu partido, o PMDB, que optou pelo candidato da oposição, Norair da Silveira (PSB). “Eu não poderia dar apoio ao grupo que foi meu adversário na eleição (2012) e que fez uma oposição não só ao meu governo, mas pessoal, que procurou me desqualificar o tempo todo, questionando a minha capacidade e em muitas ocasiões apelaram ao preconceito por eu ser mulher”, justificou a prefeita. Bel ressalvou que, mesmo considerando a postura da oposição, a sua decisão não teve caráter pessoal, mas político. “Eu não poderia ter tomado posição diferente, nunca considerei a forma ofensiva que a oposição me tratou, não vejo os oposicionistas como inimigo, eles são apenas adversários e eu não poderia deixar o grupo que me elegeu, que esteve sempre comigo. Eu tentei fazer com que o meu vice (Devair Zanetone) e o nosso partido continuassem unidos, juntos com o nosso grupo, mas não consegui e eu não tinha nenhum compromisso para seguir com eles”, disse Bel, lembrando que fez parte dos governos de Zé Francisco por oito anos. “Não foram só oito anos com o Zé Francisco, foi ele quem me deu a oportunidade de disputar a eleição, ele confiou em mim e acreditou na minha capacidade de sucedê-lo.” A prefeita aponta ainda o fato de o PMDB ter apenas aderido à chapa de oposição, sem protagonismo na coligação. O PMDB se afastou do grupo situacionista depois que o Zé Francisco definiu seu vice, o médico Rodrigo Mello, preterindo o atual vice, Deva, ou outro nome peemedebista. “Como o Zé Francisco não aceitou um vice do PMDB, o partido foi procurar a oposição com a proposta de oferecer o vice, mas também não deu certo. Se um nome do partido estivesse na chapa majoritária como prefeito ou como vice eu caminharia junto, mas eu não vi sentido em reforçar a oposição sem estar na chapa majoritária”, esclareceu Bel que aponta ainda o fato de não ter sido chamada para discutir a formação da chapa oposicionista que acabou tendo Norair como candidato e Fábio Ceron (PSDB) como vice. “Se eu não tive participação, não tenho compromisso com a decisão tomada”, ponderou Bel.
Avaliação Bel tem muita clareza ao analisar e avaliar os quase três anos em que ficou à frente da prefeitura, como gestora e agente política, mas ainda não delineou seu futuro político. “Estou no governo há quase doze anos, atuando na área social nos governos do Zé e como prefeita, me acostumei e me adaptei com a tensão, mas não sei dizer o que farei quando terminar o mandato, neste momento, eu repetiria que o futuro a Deus pertence”, desconversa a prefeita. Se o futuro a Deus pertence, fato é também que Bel deverá analisar um eventual convite para participar de um possível terceiro mandato de Zé Francisco. Ela garante que nada será desafiador para ela em uma prefeitura. “Foram anos de muita experiência, de muito aprendizado, de muito conhecimento, não terei nenhuma dificuldade em exercer qualquer função, em qualquer área, desempenhei minha função de prefeita 24 horas por dia, acompanhei todas as etapas de todas as obras, percorri todos os pontos da cidade durante à noite para identificar falhas na iluminação pública, verifiquei o estado de ruas e praças, acompanhei os serviços nos postos de saúde, visitei escolas, acompanhei a merenda, fiscalizei serviços no barracão (almoxarifado), participei da elaboração de projetos, acompanhei receita, despesas e pagamentos, ouvi contribuintes, debati com vereadores. Acompanhei tudo de perto e tudo com muito interesse e dedicação”, resumiu. Ela revela ter sonhado muito mais para Tanabi e se frustrou com a crise econômica que atingiu, de forma geral, os pequenos e médios municípios com baixa arrecadação própria, como é o caso de Tanabi. O que a conforta é a convicção de que fez o possível. “Dei o melhor de mim, fizemos o melhor, não foi feito mais porque tivemos a má sorte de a crise estourar no nosso governo.” Ficaram sonhos para trás? Sim! É possível tentar realizá-los depois das eleições de 2020? “O futuro a Deus pertence”, repete a prefeita.
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