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Sempre ao seu lado, querido

  • Foto do escritor: A Voz Regional
    A Voz Regional
  • 23 de jan. de 2017
  • 3 min de leitura

Sandra Esteves, a primeira dama de Tanabi, não demonstra nenhum sinal de ambição política, mas se jogou na campanha do marido Norair e tomou posse do gabinete


Com as ações sociais profissionalizadas e a cargo de técnicos, como exige a Lei Orgânica da Assistência Social, a função de primeira dama tem, hoje, status totalmente decorativo na presidência do Fundo Municipal de Solidariedade Social. Sandra Esteves, mulher do prefeito Norair da Silveira (PSB), não faz questão da pompa decadente de ser tratada de Primeira Dama, embora não vá abrir mão de presidir o Fundo Social de Solidariedade, mas quer ter mais relevância política e conhecer mais os meandros da administração.

A personalidade de Sandra é cativante, demonstra bem estar permanente, de sorriso fácil, mas alerta que passa logo ao semblante sério quando o assunto o requer. De perfil comportamental desprovido de vaidade e ambição desmedidas, sem qualquer resquício de autoritarismo ou vocação mandonista, ao contrário, Sandra aparenta simplicidade e humildade franciscanas. Portanto, não terá sido por falta de nobreza de sentimentos que a primeira dama ocupou o gabinete do prefeito, cuida da agenda, atende os telefones, o convencional da prefeitura e o pessoal dele, participa de conversas políticas e administrativas, presta atenção nos despachos e vivencia a rotina dos servidores e suas funções. Está aboletada ali por companheirismo e cumplicidade estabelecidas entre o casal desde que os dois passaram a viver juntos, há dez anos, meses depois de Norair ter finalizado o seu segundo mandato. “Nosso relacionamento sempre foi assim, sempre o acompanhei, íamos para sítio juntos, trabalhamos juntos na roça de abacaxi, sempre foi assim, um do lado do outro”, atesta ela.

Depois do expediente, havendo compromissos políticos para o prefeito cumprir, mesmo que seja em um churrasco com barbados e só ela de mulher, Sandra se faz presente.

A proximidade com o poder e o domínio do espaço em que as decisões são emanadas não lhe turvam a consciência e o senso. Ela tem bem claros os limites que separam o público do privado. Convivendo com o homem público em casa e no gabinete com a autoridade de maior poder do município, instada, não ousa admitir que venha tomar qualquer decisão administrativa no futuro, mesmo que a vivência com a rotina municipal a deixe habilitada para tanto. “As decisões de casa são minhas, aqui no gabinete são dele (prefeito), são funções só dele, autorizadas pelos eleitores.” Ela não se aventura nem mesmo sugerir decisões administrativas ao marido prefeito e muito menos ousaria a dar “pitacos” administrativos ou políticos.

Aliás, a política nunca foi a praia de Sandra, uma técnica em enfermagem que trabalhou por onze anos na Santa Casa e foi sócia de uma empresa de segurança privada. “Eu nunca me interessei por política. Quando nos casamos, ele tinha deixado a prefeitura e eu avisei que não gostava de política, ele me disse que não tinha problema, que não iria se candidatar mais e que iria cuidar do sítio. Aí eu achei legal, fomos juntos plantar abacaxi. Um dia meu filho me disse que era um absurdo um homem como o Norair desistir da política e me explicou que a política está presente no dia a dia de todo cidadão e que temos obrigação de participar. E assim eu aprendi que se as pessoas de bem não estiverem na política, estarão os mal intencionados.”

Foi a senha para que Norair voltasse à militância política. Depois de décadas como filiado ao PMDB, Norair ingressou no PSB e se engajou nas campanhas eleitorais do deputado Orlando Bolçone. Sandra embarcou junto, percorrendo cidades e mais cidades, participando de reuniões com diretórios, prefeitos e vereadores, distribuindo material de campanha, organizando comícios, pedindo votos.

Na campanha para a prefeitura de Tanabi no ano passado, Sandra foi a principal cabo eleitoral do marido, acompanhando-o em todos os eventos políticos, pedindo votos de porta em porta. Gostou da experiência e recomenda a participação na política para todas as mulheres.

Esse entusiasmo com a política pode sugerir intenção, hipótese de imediato rechaçada por Sandra. Ela está impedida pela legislação de disputar a sucessão do marido em 2020. Lembrada do desimpedimento para 2024, ela novamente descarta a possibilidade, diante da insistência reafirma a falta de vontade, mas admite ter coragem para tanto, desde que estivesse por trás o “Querido”, tratamento recorrente e apaixonado reservado a Norair, que retribui com um quase meloso “Meu Bem.”

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