Vereadores estão incomodados com a falta de ação do prefeito Nelson Montoro
- A Voz Regional
- 13 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
Falta de gestão do governo e o não atendimento de indicações prejudicam a imagem da Câmara, constatam vereadores
A Câmara de Monte Aprazível realizou na terça-feira última, mais uma sessão de lamentações e críticas à administração do prefeito Nelson Montoro. É uma rotina invariável nos últimos meses, sem que nenhum vereador ouse defender o governo, o que evidencia a unanimidade na avaliação negativa e demonstra a deterioração da relação entre Executivo e Legislativo, com a tendência de se agravar a partir do exercício de 2018.
O primeiro ano da gestão de João Célio na presidência da Mesa Diretora, do ponto de vista da produção legislativa, foi bastante satisfatório, mas um fracasso enquanto resultados. O conjunto de vereadores, faltando ainda uma sessão para a paralisação da atividade parlamentar, apresentou 299 indicações (sugestões pertinentes a melhorias nos serviços, atendimento público, adequações administrativas, e outras), que vão passar das trezentas, sem que meia dúzia delas tenha sido aproveitada.
O prefeito, em reuniões com os vereadores tem dado como justificativa para o não atendimento a falta de recursos. “Os vereadores não aceitam a alegação da falta de recursos. A quase totalidade das indicações sugeridas não envolve recursos, não são pedidos de obras vultosas, estão relacionadas com a rotina da administração que envolve recursos com dotação já estabelecidas no orçamento, como trocar uma lâmpada queimada, ou a juntada de documento para prestar contas de verbas recebidas do Estado que estão em aberto e impedem que o município receba novos recursos para a saúde”, argumenta João Célio.
Ao todo foram apresentados, até agora, 124 requerimentos (pedidos de informações detalhadas sobre os atos, omissões, estrutura e funcionamento da administração, etc.) encaminhados ao Executivo. As respostas a esses pedidos têm irritado os vereadores por evasivas, incompletas, emitidas e mesmo jocosas em alguns casos. “A falta de transparência e clareza nas respostas limita e dificulta o nosso trabalho e nossas prerrogativas de legislar, fiscalizar e se informar das coisas da administração. Nós temos a obrigação de estar informado das coisas da administração para repassar ao contribuinte que nos cobra e a prefeitura tem o dever e a responsabilidade de nos esclarecer”, explica o vereador Ailto Faria.
Incômodo
O sucesso ou o fracasso da administração respinga diretamente na avaliação que o eleitor faz da Câmara e seus vereadores. “Se a administração vai mal, o eleitor responsabiliza também o vereador, o vereador fica pior, sem ter responsabilidades executivas”, é taxativo o presidente João Célio.
Na verdade, o vereador não tem responsabilidade nenhuma, afinal, sua atuação é limitadíssima em termos executivos, de realizações, do fazer, que cabe exclusivamente ao prefeito. Mas quanto pior a gestão, quanto mais ineficiente ela é, mais o contribuinte procura o vereador para as suas demandas como o poste apagado de frente de caso, o buraco na saída da garagem, o entulho na rua, o terreno vizinho tomado pelo mato, chegando à falta de emprego na cidade.
“Nós não temos autonomia para resolver essas situações. Mas é o vereador que está na rua, está em contanto diretor com o eleitor, é natural que nos procure. É o vereador que de fato passa a ter o conhecimento dos problemas da cidade e leva as soluções deles ao prefeito e quando o prefeito não atende é o vereador que não toma providências. Eu estou evitando fazer indicações, não fiz emenda para o orçamento, pois se cria uma expectativa para o eleitor e ele acaba frustrado quando prefeito não resolve”, diz o desapontado vereador Jean Winício.
Gilberto dos Santos e Donaldo Paiola têm apresentado propostas interessantes relacionadas ao departamento de e de ordenamento legal dos servidores, essenciais para a justiça salarial e de controle e eficiência para os serviços públicos. Mas nada avança com a rapidez e urgência necessárias.
O desapontamento é geral, “estamos esquecidos”, constata João Célio. Valcenir de Abreu e Danilo Cesar são vereadores com forte presença no campo, nos setores produtivo e ecológico tem seus trabalhos limitados, pois dois tratores completaram o primeiro aniversário parado por problemas mecânicos. Jacó Braite é cobrado em seu local de trabalho, o Posto de Saúde da Vila Aparecida, por uma rampa interditada desde a administração. O silêncio do cordato e tímido Márcio Troiano é um grito eloquente de seu desapontamento.
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