Zé Francisco escolhe Dr. Rodrigo como vice

Detentor de dois mandatos de prefeito em Tanabi (2004/2012,) José Francisco de Mattos Neto foi escolhido na última terça-feira pelo PC do B e outros seis partidos para disputar a sua quarta eleição e tentar o terceiro mandato. Em entrevista exclusiva à Voz Regional, José Francisco falou da importância de 2 candidaturas, a sua e do adversário Valdir Uchoa (PSOL), comprometidas com as causas populares no atual momento político brasileiro em que as forças conservadoras conquistaram hegemonia no Congresso Nacional. A prefeita Bel Repizo, segundo ele, sinalizou apoio a sua candidatura e ele aguarda a adesão do restante do partido dela, o PMDB.

A Voz Regional: Como se deu o processo para escolha do vice na chapa? José Francisco: Tradicionalmente, nosso grupo escolhe a chapa majoritária levando em consideração a construção de um projeto de governo em comum e, em segundo lugar, o critério de pesquisas de opinião, isto é, de consulta popular.

O fato de ser um médico, Rodrigo Mello, significa que há um projeto específico para a saúde? Sim, o Dr. Rodrigo tem muita experiência na área de atenção básica em saúde. A ideia é intensificar o processo de humanização, fortalecimento do Conselho Municipal de Saúde, capacitação dos profissionais e ampliação dos programas de conscientização e prevenção.

A prefeita Bel Repizo foi indicada e apoiada pelo senhor em 2012. Se o PMDB não o apoiar, o senhor espera, pelo menos, o apoio pessoal dela, ela sinalizou alguma coisa nesse sentido? A prefeita Bel é oriunda do mesmo grupo político e sinalizou apoio. Espero que o PMDB a acompanhe, acredito que dificilmente haverá proposta viável no campo adversário. Em política, não se descarta jamais o apoio e o voto desinteressados.

Desde 2000, não há três candidatos na disputa. O senhor acredita em três candidaturas e, nesse caso, a candidatura do senhor seria beneficiada, já que seu nome está consolidado no eleitorado? Há um equívoco aí. Em 2004 tivemos a terceira candidatura de Suélio Ribeiro pelo PT. Aparentemente, uma terceira candidatura poderá beneficiar nosso grupo, mas a política é dinâmica e o eleitorado pode formar seu convencimento de modo adverso. Portanto, é difícil fazer previsões. Teremos duas candidaturas de partidos de esquerda e aliados, o PC do B e PSOL em um momento em que o Brasil vive uma crise política com um Congresso extremamente conservador. Que leitura dá para fazer com dois partidos com esse perfil, em uma cidade conservadora? Terminado o processo eleitoral e com um dos dois eleitos, é possível uma composição entre os dois grupos para governar? Nosso país é desigual, injusto. A presença e o fortalecimento de partidos progressistas são fundamentais para a correção destas distorções e para o fortalecimento da democracia. Diferentemente da terceira via em 2004, o pré-candidato Uchoa é vereador de segundo mandato, e’ combativo e granjeou experiência política. Por este motivo, acreditamos que ele tem condições de ter uma ótima performance nestas eleições, caso não vence agora, certamente ele lançará uma “semente em terreno fértil”. Não e’ para menos, seus antigos companheiros de oposição não conseguem disfarçar a preocupação.

O senhor governou de 2005 a 2012, um período de verbas e recursos favoráveis aos municípios. A realidade financeira em 2018, será bastante adversa, como foi para as gestões atuais. O senhor tem projeto para essa realidade? Como será um novo mandato de José Francisco? A próxima gestão será muito diferente. A arrecadação diminuiu e as despesas são fixas. Recursos, programas e convênios com os governos do estado e federal também diminuíram sensivelmente. Durante o nosso governo toda energia da administração estava voltada para a gestão de obras e convênios, os servidores são em número pequeno era uma tarefa muito difícil. Hoje, o ideal é voltar essa estrutura para fortalecer os conselhos municipais, motivar a população para participar mais diretamente das decisões políticas da cidade. O grande desafio será o de despertar o espírito de cidadania em cada um.